Artesão e escultor, José Roberto Freitas, conhecido como Beto Pezão, nasceu às margens do Rio São Francisco, no dia 11 de dezembro de 1952, em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho). Aos seis anos de idade, ganhou um pequeno torno de presente, iniciando, assim, a arte de modelar o barro. Aos nove anos, já comercializava algumas de suas peças em feiras populares. Desde menino ajudava o pai, que era escultor, no trabalho artesanal com o barro.
Em 1971, já residindo em Aracaju, teve seu trabalho valorizado, através de um velho feito de barro solidamente plantado em dois pezões que lhes davam o devido apoio; criava, assim, a sua marca registrada, conhecida até hoje e, definitivamente, incorporou à sua obra a partir de 1972. A princípio, a ideia de usar os pés grandes, como forma de sustentação das esculturas, foi reprovada pelo seu pai/mestre, mas não demorou muito para ser aceita pelas pessoas e divulgada pela mídia como uma verdadeira obra de arte.
Antes de seu reconhecimento no universo da modelagem do barro, Beto Pezão fazia esculturas em madeira. Elegeu definitivamente o barro por perceber que esse material lhe oferecia na execução de suas peças “mais intimidade com as mão”. Em sua residência, no bairro Cidade Nova, mantém forno de lenha e um local adequado para estocagem de barro, procedente da terra natal.
Residindo em Aracaju há mais de 40 anos, os trabalhos de Beto Pezão já percorreram vários caminhos mundo afora. Realizou a sua primeira exposição no exterior, a convite da Universidade Católica do Chile, país onde retornou para expor outras 5 vezes. Suas obras também são admiradas no México, na Argentina, em Portugal, no Uruguai, no Paraguai, na Venezuela e nos Estados Unidos. No Brasil, sua arte foi exposta em vários Estados brasileiros, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais. Encantado pelas personagens em barro de Beto Pezão, Fernando Gutiérres produziu e dirigiu um vídeo dando-lhes, através da arte gráfica, vida a eles.
Inconfundível
Na arte popular de Beto Pezão, os temas são variados, mas o seu estilo de como retratá-los, ainda que copiado por muitos artesãos, é único e inconfundível. Além dos pés grandes, suas esculturas, talhadas no barro, possuem traços fortes e detalhes marcantes e nos emocionam pela forma verdadeira de mostrar os sentimentos do povo nordestino. São figuras humanas dos sertões: vaqueiros, mendigos, pescadores, lavadeiras, vendedores, ambulantes e lavradores que expressam nos rostos as adversidades da vida agreste. Além dos sertanejos, outra paixão do artista são as imagens sacras que, igualmente, são sustentadas por imensos pés.
Na comercialização das suas peças, Beto Pezão fornece certificado de origem com nome e número. Elas estão em permanente exposição em Aracaju/SE no Centro de Turismo, no Aeroporto de Aracaju, no Espaço J. Inácio ou no próprio ateliê do artista.
Humilde, Beto Pezão não se vê como um ícone da cultura sergipana. Entretanto, o artista não consegue esconder a satisfação e a alegria por ter sua obra reconhecida: “o que é gratificante pra mim é apreciarem o meu trabalho”.
Fonte: Procuradoria Geral do Estado de Sergipe (Crédito/projetoatitude1.blogspot.com)