A crise econômica foi severa para o mercado de trabalho em Sergipe no ano de 2016. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADc) realizada pelo IBGE foi disponibilizada para estudo e o Departamento de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio), analisou os números apresentados, constatando que houve um aumento de 15% no último trimestre do ano passado, no contingente de pessoas em situação de desemprego ou desocupação.
O número estudado pela Fecomércio indica o quadro de 155 mil sergipanos em situação de desemprego ou desocupação. Os 15% de crescimento o último trimestre do ano passado implica no maior valor da taxa de desocupação da população sergipana em idade apta para exercer atividades de trabalho. Comparando com último trimestre do ano de 2015, o número subiu 5,1%. Em 2015, o dado apontava uma taxa de desocupação de 9,9%.
De acordo com a análise da Fecomércio, haviam 100 mil desempregados em Sergipe, no final do ano de 2015. O contingente aumentou para 155 mil em 2016. Já o número de trabalhadores que exercem atividades sem carteira assinada aumentou de 98 mil em 2015, para 135 mil em 2016, apresentando uma variação de 37,9%. O número de trabalhadores domésticos caiu 18,7% entre os dois últimos anos, caindo de 38 mil para 47 mil trabalhadores. O volume de pessoas que trabalham em condição autônoma (por conta própria) também caiu. Descendo de 301 mil em 2015, para 252 mil em 2016, perfazendo uma queda de 16,3%.
Rendimento médio
O rendimento do trabalhador sergipano, no ano de 2016 foi de R$ 1.653, o que ainda é um valor baixo para o trabalhador local, que possui uma renda média inferior a dois salários mínimos mensais. Somente os trabalhadores do setor público apresentaram variação positiva no volume de renda média. A renda dos servidores públicos subiu de R$ 3.468 mensais, para 3.849 reais por mês de valor médio.
O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, afirmou que a queda na renda das famílias sergipanas foi impactante para o resultado na diminuição do número de trabalhadores domésticos e lembrou que as quedas no volume de vendas do comércio e de transações de negócios no setor de serviços, influenciaram no aumento de desempregados no estado.
“Vivemos um ano muito difícil em 2016, com o ápice da crise econômica afetando as famílias, que preferiram buscar o pagamento de suas dívidas, no lugar de procurar efetuar compras para consumo. Isso afetou diretamente todos os setores da economia local, pois sem consumo, não há circulação de mercadorias produzidas pela indústria, que também desempregou. Já na atividade de trabalho doméstico a renda reduzida das famílias prejudicou a manutenção desses trabalhadores”, destacou o presidente.
O presidente acredita que o volume de emprego poderá voltar a aumentar com as novas ideias apresentadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, que conta com seu auxílio na articulação para busca de novas oportunidades de atração de empresas para o estado, objetivando ampliar o leque da oferta de emprego em Sergipe.
“Tenho certeza que este será um ano melhor para o trabalhador sergipano. A Fecomércio está trabalhando em parceria com a Sedetec, na atração de empresas de grande porte, para gerar novas vagas no mercado de trabalho para a população de nosso estado. Na crise encontramos oportunidades e isso está sendo estudado pelo secretário José Augusto e pelas entidades de classe do setor produtivo. A Fecomércio, Federação das Indústrias, entidades empresariais estão somadas para que consigamos buscar a reversão desse quadro, e certamente conseguiremos enfrentar a crise, levantando nossa economia e criando novas oportunidades de trabalho para o povo sergipano, com novas iniciativas de negócios em todos os setores da economia”, afirmou Laércio Oliveira.
Fonte: Ascom/Fecomércio