Ouviu as histórias de pais, filhos, avós e tios de pessoas que por uma razão qualquer ou sem razão nenhuma simplesmente despareceram sem deixar bilhetes de despedida, nem pistas. Ao entrar nas casas – em geral, espaços com uma grande carga emocional e relação com as histórias dos desaparecidos –, Marizilda se aproximou dessas pessoas para entender em grande medida a extensão e impacto dos desaparecimentos sobre os que ficam à espera de uma notícia”, diz o comunicado do CICV.
Como parte da programação do evento, serão realizados percursos comentados com acompanhamento da fotógrafa, e uma palestra sobre o tema com a coordenadora de Proteção do CICV, Marianne Pecassou.
Segundo a organização, os Estados têm a obrigação de prevenir que as pessoas desapareçam; precisam buscar e localizar as pessoas desaparecidas e adotar uma resposta integral em relação às necessidades dos parentes.
Nem no Brasil, nem no mundo existem dados oficiais sobre o número de pessoas desparecidas, nem das pessoas e comunidades afetadas, o que, para o CICV, dificulta em grande parte compreender a exata dimensão do drama humanitário vivido diariamente por milhares de pessoas.
As estimativas dão conta que, na América Latina, pelo menos 85,9 mil pessoas tenham desaparecido na Colômbia em consequência do conflito armado ou de outras circunstâncias. Na Guatemala, a Comissão para o Esclarecimento Histórico reportou que 45 mil pessoas desapareceram em decorrência do conflito armado interno, sendo que 40 mil ainda não foram encontradas. Já no Peru, 15.731 pessoas ainda estão desaparecidas em decorrência do conflito armado que durou de 1980 a 2000.
Na Armênia, no Azerbaijão e na Geórgia, 7,5 mil pessoas foram registradas como desaparecidas em diferentes conflitos armados. Já na Albânia e na antiga Iugoslávia, mais de 14 mil pessoas continuam desaparecidas desde os anos 1990. No Sudão do Sul, mais de 10 mil crianças já foram registradas como desacompanhadas, separadas ou desaparecidas.
Fonte: Agência Brasil