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Lampião, Maria Bonita e o bando teriam sido envenenados?

O 79º aniversário da morte de Lampião, Maria Bonita e 11 cangaceiros será lembrado nesta sexta-feira (28), com a 20ª edição da Missa do Cangaço a ser celebrada no Monumento Natural Grota do Angico, unidade de conservação na divisa dos municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, no sertão de Sergipe.

Virgulino Ferreira, Maria Bonita e os demais cangaceiros chegaram na grota de Angico, em Poço Redondo na véspera do ataque da Polícia que aniquilou o bando. Quando o grupo chegou no esconderijo já era noite, chovia muito e todos dormiram em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5h15, do dia 28 de julho de 1938, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se prepararem para tomar café, foi quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.

Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, segundo a opinião de Virgulino, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do tenente João Bezerra e do sargento Aniceto Rodrigues da Silva, abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.

O ataque durou uns 20 minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos 34 cangaceiros presentes, 11 morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro, e as jóias.

Cabeças decepadas

A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete (2) e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro.

Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto para servirem de alimento aos urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocado creolina sobre os corpos.

Teriam sido envenenados?

A morte de Lampião é assunto que gera controvérsias. Existem duas hipóteses para a sua morte e de 10 dos seus cangaceiros.

1ª hipótese: Em 1938, Lampião faz uma incursão no agreste alagoano, escondendo-se depois no estado de Sergipe. A polícia de Alagoas ficou sabendo do esconderijo de Lampião e uma volante comandada pelo tenente João Bezerra da Silva juntamente com o sargento Ancieto Rodrigues e sua tropa alagoana, conduzindo inclusive metralhadoras portáteis, cerca o bando.

Na madrugada de 28 de julho de 1938 começou o ataque que durou aproximadamente 20 minutos e cerca de 40 cangaceiros conseguiram fugir.

Lampião e 10 cangaceiros foram mortos na gruta de Angico, suas cabeças foram cortadas e expostas em praça pública em diversas cidades. Angico era o esconderijo, a fortaleza de Lampião. É uma gruta de pedras redondas e pontiagudas que pertence ao estado de Sergipe. O esconderijo foi apontado para os policiais por um homem de confiança de Lampião, Pedro Cândido, que depois foi morto misteriosamente em 1940.

2ª hipótese: Admite-se que houve um plano de envenenamento. Como Pedro Cândido era homem da inteira confiança de Lampião, ele poderia ter levado garrafas de quinado ou conhaque envenenadas, sem que as tampas tenham sido violadas. Outros historiadores afirmam que Pedro Cândido teria levado para os cangaceiros pães envenenados e como era de total confiança, os alimentos não foram testados antes de serem comidos.

Tal argumento se baseia nos urubus mortos perto dos corpos após terem comido as vísceras dos cangaceiros e também porque quase não houve reação às balas da volante policial.

A tropa, que tomou parte no fuzilamento e na degola dos cangaceiros, se compunha de 48 homens. O tenente João Bezerra, que chefiava o ataque, disse que foi rápido. Cercaram os bandidos num semicírculo. Um soldado da polícia foi morto, alguns ficaram feridos e 11 cangaceiros tiveram suas cabeças cortadas.

Fonte: Brasil Folclore

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