O cantor e compositor carioca Luiz Melodia morreu na madrugada desta sexta-feira (4), por volta das 5h. Internado no Hospital Quinta D’Or, no Rio de Janeiro, o músico de 66 anos enfrentava uma batalha contra um câncer mieloma múltiplo, que ataca a medula óssea. Melodia chegou a fazer um transplante de medula e resistiu ao procedimento, porém não vinha respondendo bem à quimioterapia, e o câncer voltou. O estado de saúde do cantor se agravou na última quinta (3).
Desde julho do ano passado, Melodia tratava de uma doença autoimune. Também em 2016, ele sofreu um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi hospitalizado.
Segundo informações do G1, a diretoria da escola de samba Estácio de Sá poderá realizar o velório de Luiz Melodia na quadra da agremiação. A família ainda avalia onde seria a cerimônia. O cantor nasceu no Morro do São Carlos, no Estácio, localizado em uma região central do Rio. O músico imortalizou sua ligação afetiva com o local na canção Estácio, Holly Estácio, na qual destacava que “se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio”.
Luiz Carlos dos Santos era filho do sambista Oswaldo Melodia, do morro do Estácio, de quem herdou seu nome artístico. Observando seu pai tocar viola em casa, ele se inspirou para seguir o caminho da músico.
Cantor e compositor brasileiro de MPB, rock, blues, soul e samba, Melodia foi muito influenciado pela Jovem Guarda, principalmente por Roberto Carlos. Sua carreira musical começou em 1963 com o cantor Mizinho. Enquanto dava seus primeiros passos nos palcos, ele trabalhava como tipógrafo, vendedor, caixeiro e músico em bares noturnos. Em 1964, Melodia formou o conjunto musical Os Instantâneos.
Seu disco de estreia, o histórico Pérola Negra, foi lançando no pulsante ano de 1973, que teve discos memoráveis de João Gilberto (seu álbum branco), Tom Zé (Todos os Olhos) e Gal Costa (Índia), entre muitos outros. Em entrevista à Zero Hora, em 2014, ele se disse privilegiado:
– Nos ocupávamos com a música. A grana era uma coisa à parte. E tinha um público que pensava da mesma forma, o que era um estímulo para compor cada vez mais.
A partir daí, ele gravaria discos elogiados como Maravilhas Contemporâneas (1976) e Mico de Circo (1978). Seu último álbum, Zerima, foi lançado em 2014 e contou com a participação de seu filho, o rapper Mahal Reis.
Fonte: ZHGente (Crédito/divulgação)