Não adianta tentar convencer o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), a se definir agora por um novo partido. Ele até conversa sobre o assunto, confirma que continua sonhando com o PDT, porém adianta, de pronto, que só tomará uma decisão no ainda distante março de 2020. E o que lhe impede de vestir a camisa pedetista? A desavença política entre o prefeito de Socorro, seu amigo pessoal Padre Inaldo (PCdoB), e o deputado federal Fábio Henrique, o manda chuva do PDT em Sergipe: “Eu sei que é muito difícil, mas alimento a esperança de unir os dois”, discursa Edvaldo, exagerando na dose de otimismo.
A preferência pelo PDT, segundo Edvaldo, tem a ver com o passado e o programa da legenda. “Tirando o PDT, o partido que mais me atrai, pelos mesmos motivos, é o PSB, mas os Valadares são uma barreira. Não posso me filiar em uma legenda comandada no estado por adversários”, frisa. E por que não o Progressistas do deputado federal Laércio Oliveira? Lá, o prefeito se encontraria com o amigo Padre Inaldo, já decidido a trocar o PCdoB pelo antigo PP. “Laércio é meu amigo, um grande parceiro da nossa administração, mas programaticamente o Progressistas não faz a minha cabeça”, argumenta.
O PSD está descartado
Como Edvaldo garante que só vai tomar uma decisão quando as águas de março chegarem, que tal lhe sugerir um outro figurino político? Por que não o PSD do governador Belivaldo Chagas e do deputado federal Fábio Mitidieri, grandes aliados da administração de Aracaju? “À primeira vista seria uma ótima opção, porém com a minha filiação, o PSD ficaria, digamos, grande demais, gerando dificuldades para fazer alianças. Diriam logo que o PSD quer ficar com o governo, a Prefeitura, com tudo”, explica.
Quem conversa com Edvaldo fica com uma única certeza: ele vai mesmo pular do barco comunista, partido que veste a camisa há quase 40 anos. Quanto à nova casa partidária, nem mesmo Nogueira sabe qual é, além de parecer sem pressa em procurar o novo endereço. Portanto, é melhor esperar pelas marés de março, quando não só o prefeito, mas um grande número de políticos com mandatos deve aproveitar as ondas para trocar de camisa, sempre de olho no melhor palanque para as eleições de 2020. Sendo assim, aguardemos.