A Universidade Federal de Sergipe inaugurou o seu Centro de Estudos Árabes e Islâmicos. A iniciativa, inédita na região, tem como um de seus objetivos descentralizar os estudos acadêmicos, que ainda estão concentrados no sudeste do Brasil. No médio prazo, o CEAI deve envolver alunos, pesquisadores e instituições do Nordeste.
O centro é coordenado por Geraldo Adriano Campos, professor do departamento de relações internacionais da universidade. Campos, que trabalhou como curador da Mostra Mundo Árabe de Cinema, leciona ali desde 2018. “Percebi, quando cheguei, que existe uma demanda imensa por estudos árabes e islâmicos”, diz à reportagem.
Envolvendo alunos e professores de diversos departamentos da Universidade Federal de Sergipe, o CEAI tem quatro linhas de estudo: palestina, geopolítica, história e presença árabe no Brasil.
Haverá também esforços de tradução e um curso introdutório de árabe moderno padrão, tendo em vista criar uma tradição de ensino de árabe na região há hoje poucas opções para alunos interessados em aprender aquela língua em um ambiente universitário no Brasil.
A linha de pesquisa sobre a presença árabe no Brasil deve ser um dos pontos fortes do centro. Populações árabes migraram em massa para o Brasil entre 1870 e 1930.
Descendentes de árabe se destacaram em diversos campos. Fernando Haddad e Michel Temer, por exemplo, são filhos de libaneses. O escritor Milton Hatoum tem a mesma ascendência.
O governo do Líbano estima que há hoje entre 7 milhões e 10 milhões de libaneses e seus descendentes vivendo no Brasil.
Fonte: Folhapress (Crédito/OGlobo)