Não espere queda no preço da carne de boi, que registrou alta de 8,09% em novembro último. A sombria previsão é de João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Segundo ele, a questão da oferta e demanda já vai se equilibrar, mas os preços da carne bovina não voltarão aos patamares praticados há 60 ou 90 dias atrás, porque os valores estavam reprimidos.
O dirigente as CNA revela que aconteceram vários fatores pontuais que pegaram os seus extremos e culminou num ponto realmente fora da curva. “Estávamos no pico da baixa da entressafra, com o menor preço dos últimos anos”, diz Martins. Também contribuíram para a exagerada alta do produto uma oferta reprimida registrada em 2019 e a gradual recuperação da demanda dos consumidores nacionais nos últimos meses.
Em 29 novembro, o preço da arroba do boi gordo atingiu a máxima histórica de R$ 231,35, o que representou alta acumulada de 35,5% no mês. Essa elevação foi motivada principalmente pelas exportações para a Asia. João Martins explica, contudo, que não é só a China que está comprando carne ao Brasil. Tem o Vietnã e os Estados Unidos (carne processada). Ademais, houve uma oferta menor de carne bovina por parte dos produtores brasileiros neste ano, além da recuperação do consumo das famílias e o aumento tradicional das compras de carne registradas para as festas de fim de ano.
Foto: Kina do Feijão Verde