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No Brasil do Aedes Aegypti, ainda se morre de tuberculose

Transmissível, a doença mata mais de 4 mil pessoas por ano no Brasil

A guerra declarada contra o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zica, mostra que o governo prefere apagar o fogo, a prevenir o incêndio. É inaceitável que um país que conseguiu eliminar a febre amarela no começo do século passado, esteja levando bolas nas costa de um mosquitinho, a ponto de mobilizar até o Exército para enfrentá-lo. Convenhamos, beira ao ridículo!

Mas o que dizer da tuberculose, doença que ainda afeta anualmente 72 mil pessoas, das quais cerca de 4,7 mil morrem? O Brasil ocupa a vergonhosa 16ª posição na lista dos 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo, o único das Américas a figurar neste lastimável ranking. Segundo o médico Dráurio Barreira, a tuberculose está relacionada diretamente às precárias condições de vida da população. Ele alerta para o fato de não ser possível se esperar a solução para a questão social visando, só então, resolver o problema da tuberculose.

Já em 1889, o médico Júlio de Moura afirmou: “Tratando-se de uma enfermidade que nos assola com a teimosia inexorável de uma endemia que não tem paradeiro, nós nos achamos na mesma lamentável contingência dos nossos antepassados, lutando tanto ou mais do que eles por um lado com a indiferença pública, por outro com a ineficácia ou mesmo ausência dos meios aconselhados para preveni-la ou debelá-la”. Pelo visto, continuamos sendo vítimas da indiferença pública constatada por Dr. Júlio Moura, há mais de um século.

Doença transmissível

O principal sintoma da tuberculose é tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Apresentando esse sintoma, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. Se for tuberculose, o tratamento é iniciado imediatamente e a cadeia de transmissão é interrompida. Mas, atenção: outros sintomas incluem o cansaço extremo, febre baixa geralmente no período da tarde, sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração.

Transmissível, a doença é contraída pela saliva do doente, que fica no ar após ele falar, espirrar ou tossir. O quadro pode ser mais perigoso para quem já tenha aids, diabetes, insuficiência renal crônica, desnutridas, além de atacar mais forte também idosos doentes, alcoólatras, viciados em drogas e fumantes. Para prevenir a doença é necessário imunizar crianças de até 4 anos – sobretudo as menores de 1 ano – com a vacina BCG. A prevenção inclui ainda evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados. A tuberculose tem cura quando tratada logo em seu início.

(Foto asonet.com.br)

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