A superlotação nas delegacias do estado é uma realidade conhecida há tempos. Na manhã desta quinta-feira (16), no entanto, familiares de presos da 2ª Delegacia Metropolitana, localizada no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, revoltados com a situação, fizeram um tumulto. Além disso, eles foram impedidos de adentrarem o local.
Atualmente, a 2ª DM aloca 68 presos, o que a coloca como a delegacia com o maior número de detidos. Familiares afirmam que as condições as quais os presos são submetidos é outro fator que causa indignação. Por conta da greve dos servidores do Estado, parentes não puderam visitar os detidos, outro motivo para o tumulto.
Uma mulher, esposa de um dos presos que preferiu não ser identificada, afirmou que os detidos sobrevivem em péssimas condições na delegacia e que, com a superlotação, a situação só é agravada. “Não cabe mais ninguém nas celas. Além disso, eles estão sendo maltratados. Para ter uma ideia, nem colchão eles têm, dormem em papelões. Não há condições de ficar assim”, afirmou ela aos gritos. Outro parente reforçou o relato da mulher. “Até água jogam no papelão onde eles dormem. É sofrimento demais”, disse.
Logo no início da manhã de hoje, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi deslocado para a 2ª DM. O motivo seria a suspeita de que um dos presos está com tuberculose. Misturado aos outros detidos, o homem usa uma máscara, mas, até o momento, não houve a confirmação de que se trata de tuberculose. Entretanto, os demais detidos temem que, além da superlotação e das condições em que passam os dias, ainda haja um surto da doença no local.
Adepol insatisfeita com situação
Os delegados de Sergipe aderiram ao movimento sindicalista e paralisaram as atividades nesta quarta-feira (15) e juntaram-se à ação em frente ao Palácio dos Despachos. Além dos problemas estruturais, a Associação dos Delegados de Sergipe (Adepol), aponta a superlotação das delegacias como fator que impede o andamento dos trabalhos.
Segundo Ana Carolina Machado, vice-presidente da Adepol, para dar conta dos presos, tem policial que deixa de impedir o crime na rua para ficar na delegacia tomando conta dos presos. “A verdade é que falta efetivo e estrutura no estado para dar conta do número de presos. Por isso nos juntamos às reivindicações e cobramos medidas do Governo, estas que possam minimizar os problemas existentes”, salientou.
(Fonte: Jornal da Cidade)