A União Nacional dos Estudantes (UNE) e as centrais sindicais decidiram, nesta sexta-feira (13) cancelar uma manifestação de oposição ao governo Jair Bolsonaro prevista para a próxima quarta-feira (18). Greves e paralisações previstas para a data, porém, estão mantidas, assim como panfletagem em locais de trabalho.
O ato havia sido chamado pela defesa da educação, mas ganhou adesão de outros movimentos e, diante da convocação de Bolsonaro para o próximo domingo (15), passou a mirar o governo, com o mote “Ditadura Nunca Mais”. As frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular devem divulgar nota informando sobre o cancelamento dos atos.
Na esteira da escalada do surto de coronavírus no Brasil, o cancelamento da manifestação da esquerda vem após a suspensão dos atos a favor de Bolsonaro que estavam marcados para o domingo (15). Os grupos de direita desconvocaram a população após o próprio presidente sugerir isso em pronunciamento.
“Acreditamos que esse é um momento de responsabilidade com a saúde do povo brasileiro e, por isso, em conjunto com outros movimentos definimos pelo adiamento dos atos de rua do dia 18, evitando o fomento de grandes aglomerações conforme orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde] e Ministério da Saúde, mas mantendo as greves e paralisações”, diz a UNE em nota.
A entidade também faz um apelo para que as universidades discutam a suspensão das aulas, como já fizeram Unicamp e UnB. E exalta a importância da pesquisa e dos cientistas no país. “Essa lamentável situação de saúde pública só deixou mais evidente a necessidade de mais investimentos e respeito pelas nossas instituições públicas de ensino e saúde”, afirma a UNE.