O ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, pediu demissão do Ministério da Justiça. Decisão vem após mais um episódio de humilhação no governo Bolsonaro, que exonerou o delegado Maurício Valeixo da direção da Polícia Federal sem aprovação do ministro. Em entrevista coletiva no auditório do Ministério, o ex-ministro fez um rápido relato sobre a Operação Lava Jato, comandada por ele.
Moro aproveitou para lembrar ter deixado o cargo de juiz federal, depois de 22 anos, para ser ministro de Bolsonaro. Ele fez questão de ressaltar a autonomia da Polícia Federal, que pode ser quebrada com a substituição de Maurício Valeixo na direção da PF. Moro também se queixou que o presidente não honrou os compromissos assumidos, como a prometida carta branca para nomear os auxiliares. O ex-juiz da Lava Jata lamentou que “tudo isso esteja acontecendo em plena pandemia do coronavírus, mas é inevitável”, referindo-se à sua saída do governo.
Quem é Moro
Sérgio Moro ganhou enorme notoriedade nacional e internacional por comandar, entre março de 2014 e novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato que, segundo o Ministério Público federal, é o maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo grande número de políticos, empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras.
Em 12 de julho de 2017, condenou o ex-presidente Lula (PT) a nove anos e seis meses de prisão, sendo essa a primeira vez na história do Brasil em que se condenou criminalmente um ex-presidente da República, decisão esta mantida em segunda instância. Sua atuação na condução da Lava-Jato rendeu-lhe prêmios e críticas.
Em novembro de 2018, aceitou ser Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (sem partido) tendo pedido exoneração do cargo na magistratura. Em 20 de novembro de 2018, foi nomeado Coordenador do Grupo Técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição Governamental e tomou posse como ministro em 1° de janeiro de 2019.
Com informações da WikipédiA Foto: Lula Marques