O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou que a Polícia Federal ouça o ex-ministro da Justiça Sergio Moro num prazo de cinco dias. Ele prestará depoimento sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares.
Dois dias antes, Celso de Mello havia determinado que o depoimento fosse colhido em até 60 dias. O pedido de redução do prazo foi enviado ao STF pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). No depoimento, o ex-ministro da Justiça vai formalizar o que falou em pronunciamento no último dia 24 ao deixar o governo e poderá ainda entregar provas.
“A gravidade das acusações dirigidas ao Presidente da República, somada à grave crise política pela qual atravessa o País, leva a crer que o prazo de 60 dias para a realização da diligência pode se demonstrar excessivo”, diz o texto da petição dos parlamentares ao STF, sob alegação de que “a elasticidade do prazo concedido pode redundar em iminente risco de perecimento das provas”.
No despacho, o ministro Celso de Mello afirmou que “a diligência ora determinada deverá ser efetuada pela Polícia Federal, no prazo de 05 (cinco) dias, consideradas as razões invocadas pelos Senhores parlamentares que subscrevem, juntamente com seus ilustres Advogados, a petição a que anteriormente me referi”.