Milhares de deserdados pela sorte estão se expondo ao Covid-19 em enormes e humilhantes filas formadas nas portas das agências da Caixa Econômica Federal. Diariamente, homens e mulheres tentam receber o auxílio de R$ 600 prometido pelo governo Bolsonaro. Ninguém arreda pé da porta do banco oficial, mesmo sabendo que, ao se aglomerar sob o sol ou a chuva, vira presa fácil para o mortal coronavírus. Lastimável!
Impassível, o governo se recusa a apresentar alternativas para impedir que milhares de miseráveis continuem se expondo ao Covid-19. Enquanto esperam botar as mãos nos prometidos R$ 600, os desempregados lamentam a falta de sorte. É o caso da doméstica Margarida Santos, jogada no olho da rua depois da pandemia: “Minha patroa foi cruel comigo, me demitiu do nada”, reclama. Depoimentos como o de Margarida são repetidos por milhares de desafortunados, que mais parecem bois a caminho do matadouro. Uma criminosa desumanidade.