Desde muito antes de ser confirmado o primeiro caso de contaminação pelo coronavírus em Aracaju, fake news sobre o assunto já se disseminavam nas redes sociais e em alguns veículos da imprensa local. Desde então, a Secretaria Municipal da Comunicação (Secom), atua para combater esse tipo de informação que, infelizmente, prejudica ainda mais a sociedade em tempos de pandemia.
À frente da Secom, o jornalista Carlos Cauê reforça que, nesse momento, o papel da pasta e de toda a administração tem sido o de transformar a comunicação num instrumento efetivo de informação e de orientação às pessoas, através da qual a gestão pode apresentar cuidados de higiene pessoal e de atitudes diante da pandemia, como as recomendações que os decretos trazem.
“A comunicação acompanha as ações e atividades que a Prefeitura vem realizando, e são muitas. A intenção é atuar como um agente diuturno de informação, tanto para a imprensa quanto para a população”, afirma. De acordo com ele, as orientações da pasta para tentar barrar essas informações falsas são, primeiro, checar as informações antes de repassá-las e, em segundo lugar, buscar se informar através de canais oficiais e não apenas por “notícias de WhatsApp”, por exemplo.
Informação de qualidade
“Buscar informação de qualidade é fundamental para não propagar esse mal que vem se disseminando, muitas vezes por ingenuidade, e às vezes por maldade, por vontade própria de criar a fake news e espalhar”, reforça. Para ele, a fake news tem se tornado um vírus ainda mais difícil de combater. “Para o coronavirus, já se estabeleceu protocolos, mas para a fake news, esse vírus terrível, cuja origem é a pior possível, temos poucas armas”, lamenta Cauê.
Aglomerações desnecessárias
Na semana passada, uma nova fake news precisou ser desmentida. A falsa notícia dava conta de um suposto benefício, chamado de ‘Aluguel Social’, no valor de R$2 mil, que o governo federal concederia a famílias que tiveram a renda afetada pelas políticas de distanciamento social decorrentes da pandemia de covid-19. A informação foi negada pela Secretaria assim que a equipe tomou conhecimento, mas não a tempo de evitar aglomerações nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras) no município, colocando em risco os profissionais e a própria população.
“A criação dessas notícias falsas é um desserviço à população que mais precisa. Elas só vêm a atrapalhar, pois, por conta da pandemia, a gente já tem procura crescente nos Cras, já que as pessoas com mais vulnerabilidade procuram as unidades para ter informações e serviços. Com a fake news, elas procuram ainda mais”, observa a secretária municipal da Assistência, Simone Passos.
Ela também lamenta o alcance que essas notícias acabam tendo. “É muito complicado. Elas fazem com que a população vá para a rua, se exponha. É importante rebater, é nosso papel, e o trabalho que a gente precisa fazer, de mostrar a verdade, é feito. Mas, muitas vezes, o estrago já feito, o mal-estar já foi criado”, critica a secretária.