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Tecnologia anticovid chega às lojas, escolas e indústrias

Câmeras termográficas dão temperatura exata de cada pessoa

Quem passou os últimos meses apenas dentro de casa pode se surpreender ao voltar a fazer as compras nos próximos dias. Tapetes que higienizam a sola dos pés, cabines antissépticas e câmeras que detectam se as pessoas do ambiente têm febre e usam máscaras mostram que as empresas estão se esforçando para garantir a sensação de segurança de clientes e empregados contra a covid-19.

Alguns produtos prometem utilidade também após a crise sanitária. É o caso das câmeras que controlam o fluxo de pessoas nas lojas, que podem continuar evitando aglomerações, afinal, com ou sem o risco de pegar covid-19, excesso de gente desagrada e atrapalha o consumo. Da mesma forma, tótens com álcool gel e tapetes que limpam os sapatos significarão higiene e saúde mesmo quando a doença deixar de ser um fantasma.

O tecnólogo Rubens Branchini, diretor-comercial da Dealer Shop, diz que ganhou mercado na pandemia as câmeras termográficas, que identificam em grupos de pessoas aquelas que estão com febre. Os dispositivos tornam desnecessário o uso de termômetros na frente dos estabelecimentos, prática corriqueira nos últimos meses, e não exigem que o consumidor perca tempo parado e forme fila.

Medição a distância

“Essa câmera faz a medição a distância e tem uma margem de erro baixa, de 0,3 grau apenas. Ela tanto pode emitir um alerta sonoro quanto avisar o gerente da loja ou o segurança que determinado cliente está com a temperatura alta”, explica Branchini. O sinal é discreto para evitar o constrangimento do delatado e o pânico entre os outros consumidores, e é calibrado de acordo com o que a empresa considerar ideal. Pode, por exemplo, barrar somente aqueles com febre mais alta, liberando os outros por perceber que todos estão de máscara.

A câmera, diz o tecnólogo já custou mais de R$ 150 mil e era usada em operações militares para localização de pessoas em florestas ou no meio de escombros em deslizamentos, mas ficou mais em conta durante a pandemia. Hoje é vendida entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. Pode ser cara, principalmente para empresários com menor poder aquisitivo, por isso é mais indicada a centros de compras maiores ou locais que costumam ter grandes aglomerações, como aeroportos, igrejas, museus.

Lotação máxima

O sistema direct flow (fluxo direto) é colocado em cada uma das portas. A instalação custa R$ 4 mil por entrada na Dealer Shop e a partir de R$ 750 mensais o monitoramento. Um painel na frente da loja avisa quantas pessoas ainda cabem no ambiente, autorizando apenas o limite programado. Depois disso, avisa aos consumidores que eles vão precisar esperar mais um pouquinho. O empresário pode receber informações online sobre a lotação.

A intenção da fabricante do produto é aprimorar o relatório na segunda versão do direct flow, entregando dados mais detalhados do monitoramento como horários em que o local foi mais procurado, quando há mais homens ou mulheres na loja ou quais as vitrines chamam mais a atenção.

As câmeras que fazem o controle de acesso facial liberam as catracas sem que o funcionário ou convidado precise tocá-la

Onde está o seu crachá?
Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese) com indústrias, distribuidores e prestadores de serviço do Brasil, mostrou que 40% das empresas notaram o aumento da procura por soluções de segurança relacionadas com a prevenção à covid-19. Segundo o levantamento, entre os produtos mais buscados estão as câmeras termográficas e a tecnologia de reconhecimento facial.

As câmeras que fazem o controle de acesso facial liberam as catracas sem que o funcionário ou convidado precise tocá-la. E, em tempos de pandemia, ainda mede a temperatura e checa se a pessoa está sem febre. O sistema desenvolvido pela Dealer Shop sai por volta de R$ 14 mil. De acordo com o diretor-comercial do grupo, a escolha é ideal para condomínios residenciais, centros empresariais ou clubes. “Você faz o pré-cadastro dos que frequentam o local e eles nem precisam avisar o porteiro”, explica.

Branchini diz que também no caso das câmeras que deduram quem está com febre fica a critério da empresa definir quem pode ou não entrar. “Se o espaço respeitar distanciamento, o parâmetro definido pode ser o de aceitar quem está com a temperatura apenas um pouco mais alta, mas obrigatoriamente de máscara.”

A agilidade e simplicidade de todo o processo é um ganho que veio para ficar. Com um termômetro acoplado, a Teleinfo Soluções comercializa um terminal de autoatendimento que confere a temperatura dos clientes pelo pulso e só libera a entrada após a verificação do uso de máscaras. Toda operação demora menos de um segundo e o totem pode atender até 30 pessoas por minuto, evitando filas na entrada. “O terminal armazena até 10 mil faces e possui taxa de reconhecimento de 90% com máscara e 99% sem”, detalha Luciana Cartocci, diretora-executiva da Teleinfo.

Temperatura e gel

A empresa Projetos Especiais pôs no mercado uma alternativa que une medição da temperatura e entrega de álcool em gel em um único ponto. Pode ser colocado na entrada de estabelecimentos ou dentro de qualquer espaço que receba público. Era vendido a R$ 4.600, mas com o aumento de ofertas no mercado hoje sai por R$ 2.900, diz Luciano Farias Martins, dono da empresa.

Ele conta que seus totens funcionam por sensor de presença, o que evita o contato com as embalagens do álcool em gel. E abrem mão dos pedais, que prejudicariam, segundo o empresário, usuários com deficiência física. O totem sem o termômetro sai por R$ 990, mas pode ser alugado por R$ 100 mensais. Luciano Martins acredita que itens como o álcool em gel vão se manter entre os hábitos dos brasileiros mesmo após a pandemia. “A verdade é que quase ninguém se cuidava direito”, opina.

Fonte e fotos: Portal R7

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