A 26ª edição do Grito dos Excluídos deste 7 de Setembro trouxe como tema “Vida em 1° lugar. Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação!”. Em Aracaju, a concentração aconteceu às 8h, na Pça da Igreja Pio X, em frente ao Colégio Ivo do Prado (antigo Colégio Valadares), no Bairro 18 do Forte. De lá, os trabalhadores saíram em marcha até o bairro Cidade Nova, também na zona norte da capital.
No ato público, o Fórum das Entidades Negras de Sergipe lançou a campanha “Negros e Negras pela vida e contra a violência policial e o genocídio da juventude negra”. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Roberto Silva, afirmou que a manifestação visou chamar a atenção para a necessidade de uma independência efetiva do povo brasileiro e do Brasil com respeito a todos e todas, com o Estado tratando o cidadão com dignidade.
“O Brasil só será realmente independente quando a população jovem e negra for respeitada. Quando toda a população tiver garantidos os seus direitos e a sua dignidade humana respeitados em todos os aspectos, então poderemos realmente comemorar independência. O Estado não pode simplesmente assassinar a nossa juventude negra e não prestar satisfação à sociedade sobre estes crimes”, ressaltou Roberto Silva.
Vidas Negras Importam
Neste ano, o Grito dos Excluídos denunciou os casos de abuso de autoridade, violência policial e extermínio da juventude negra que ocorrem principalmente na periferia de Aracaju. O Fórum de Entidades Negras aproveitou para cobrar respostas sobre o assassinato de Clautenis José dos Santos. Com 37 anos, este jovem negro, designer, estava voltando para casa quando o carro foi interceptado pela Polícia que disparou tiros contra Clautenis, mantando-o sem que ele tivesse direito à defesa. Este crime aconteceu há um ano e até agora não há qualquer resposta por parte do Estado.
Também foi denunciado o assassinato recente ocorrido no Bairro Cidade Nova, quando o jovem Anthony Sheldon, de 22 anos, foi morto pela Polícia. Um vídeo, amplamente divulgado no aplicativo WhatsApp, mostra o rapaz aparentemente rendido quando os disparos foram efetuados.
Fotos: CUT/SE