As mulheres sergipanas demonstraram maior agilidade para implementar inovações em seus empreendimentos durante a crise. É o que mostra a nova pesquisa promovida pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas para medir o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre os pequenos negócios. Segundo o estudo, 85,7% delas passaram a utilizar as redes sociais, aplicativos ou a internet como estratégia para comercializar seus produtos e serviços, índice superior ao verificado entre os homens (76,7%).
O levantamento, realizado no final de agosto, também sinaliza que grande parte dos empresários teve uma diminuição do faturamento mensal desde o início da pandemia, sendo que a situação entre as mulheres (77,7%) foi um pouco menos crítica que entre os empreendedores do sexo masculino (84,2%).
Apenas uma minoria de empresárias (1%) disse que precisou demitir colaboradores nos últimos cinco meses. Já entre os homens o percentual foi de 13 %. A maior parte dos empresários, de ambos os sexos, não tomou nenhuma medida em relação à flexibilização dos contratos de trabalho dos colaboradores. Entre os que adotaram, 31% das mulheres optaram pela redução da jornada de e de salários com complemento do seguro-desemprego, enquanto 23% dos homens suspenderam os contratos de trabalho dos funcionários.
Em relação ao nível de endividamento do negócio, 42,8% dos empresários do sexo masculino afirmaram não ter dívidas/empréstimos. Entre as mulheres, o maior percentual foi registrado entre aquelas que disseram possuir ter dívidas/empréstimos em dia (43,9%).
Crédito
Ainda de acordo com os dados da pesquisa, o percentual de empreendedores que buscaram crédito desde o início da crise é praticamente semelhante entre os gêneros (51,2% dos homens e 50,9% das mulheres). A dificuldade para conseguir os recursos também é compartilhada entre esse público: 60% das mulheres e 70% dos homens que buscaram empréstimos não tiveram sucesso.
“ Apesar da diminuição desses percentuais ao longo das pesquisas, é nítido que os empreendedores continuam enfrentando obstáculos para conseguir os empréstimos. Como o processo de retomada ocorre de maneira mais lenta, os empresários precisarão obter esse tipo de recurso para honrar os seus compromissos ao longo dos próximos meses e é preciso que os bancos se sensibilizem com essa situação, sob o risco de presenciarmos mais negócios sendo fechados”, explica o superintendente do Sebrae em Sergipe, Paulo do Eirado.
A maior parte (26% dos homens e 44% das mulheres) alega que o banco não informou o motivo para a não concessão do empréstimo. Outro grupo (8% do sexo masculino e 14% do sexo feminino) apontou como principal motivo o CPF negativado ou com restrição.
O levantamento mostra que há uma predominância das mulheres em empreendem em casa (36,5%), em comparação com os homens (30,3%). Em geral, essa situação se dá em razão das mulheres buscarem compatibilizar a rotina do negócio com as demandas da família. As mulheres estão mais pessimistas quanto ao retorno da clientela. 71,9% delas contra 55,5% dos homens acham que menos da metade dos clientes voltarão em 30 dias.
Essa foi a sétima pesquisa realizada pelo Sebrae e FGV para medir o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre os pequenos negócios no estado.
Fonte: Sebrae/SE