O Brasil deve registrar, em 2020, o maior nível de empreendedorismo da sua história. Impulsionados pela crise gerada pela pandemia do coronavírus, os brasileiros estão buscando na atividade empreendedora uma alternativa de renda. Com isso, uma estimativa feita pelo Sebrae (pesquisa GEM) aponta que aproximadamente até 25% da população adulta estará envolvida, até o fim do ano, na abertura de um novo negócio ou com uma empresa com até 3,5 anos de atividade.
Os dados do Ministério da Economia confirmam essa tendência. Somente no primeiro semestre de 2020, o número de microempreendedores individuais (MEI) em Sergipe cresceu 40,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 64.923 formalizações. Foram 6.437 novas adesões nos seis primeiros meses do ano, um recorde histórico semestral, segundo dados do Portal do Empreendedor, do governo federal. No país já são 10,3 milhões de MEIs.
Um fato positivo é que os pequenos negócios estão implementando inovação para enfrentar o contexto da crise imposto pela pandemia. Segundo um levantamento feito pelo Sebrae na última semana de agosto, as vendas online continuam em alta entre as micro e pequenas empresas que têm utilizado canais digitais, como as redes sociais, aplicativos ou internet como plataformas para comercialização de produtos e serviços.
Enquanto no estudo realizado no final de maio 59% das empresas utilizavam esses canais, atualmente esse percentual já chega a 67%. Entre os empresários ouvidos, 16% passaram a vender por meio de ferramentas digitais a partir da chegada do coronavírus ao país.
Digitalização e resultados
A mesma série de pesquisas iniciada em março mostrou que os pequenos negócios que estão com as dívidas em dia têm algumas características em comum: são aqueles que mais utilizavam vendas pelas redes sociais antes da pandemia (53%) e já usavam ferramentas digitais de gestão do negócio.
Para o superintendente do Sebrae em Sergipe, Paulo do Eirado o empreendedor está dando uma incrível prova de resiliência e da sua capacidade de se adaptar e se reinventar. “Toda crise representa um desafio, mas pode ser também uma oportunidade para o empreendedor criar soluções inovadoras, que contribuam com o desenvolvimento e a profissionalização. As principais lições que a crise deixa são: a importância do planejamento, da qualificação da gestão e do investimento em inovação”.
Ainda de acordo com as pesquisas do Sebrae, na última semana de agosto,12% das micro e pequenas empresas haviam efetuado contratações nos últimos 30 dias. Na mesma medida, vem caindo ao longo dos últimos meses o percentual de MPE que demitiram funcionários. No levantamento feito na primeira semana de abril, 18% das MPE haviam demitido. Na última pesquisa (agosto), esse percentual caiu para 8%.
Nesta segunda-feira (5), o país comemora o Dia da Micro e Pequena Empresa. São quase 18 milhões de pequenos negócios (7 milhões de micro e pequenas empresas + 10,9 milhões de MEI), que juntos representam 99% de todas as empresas e são responsáveis por cerca 30% do PIB. Juntos eles geram mais da metade dos empregos formais (cerca de 55% do estoque de empregos formais) e participam de 44% da massa salarial.
Fonte e foto: Sebrae/SE