Não será surpresa se a Petrobras retirar, mais uma vez, da sua lista de prioridade o projeto de produção em águas profundas na costa de Sergipe. Esta previsão foi feita pelo Jornal Valor Econômico ao analisar o novo plano estratégico da petrolífera que será divulgado em detalhes no próximo mês. Segundo a reportagem, prevista para 2024 dentro do plano 2020-2024, a primeira plataforma do projeto em águas sergipanas é considerada no momento, nas apresentações institucionais da Petrobras, como “ em estudo”.
A Petrobras comunicou, no mês passado, o primeiro teste de longo prazo de produção de petróleo e gás nas reservas gigantes descobertas na bacia de Sergipe-Alagoas. A região é considerada pelo mercado como a mais promissora fronteira exploratória brasileira depois do pré-sal. As descobertas em Sergipe geraram grande expectativa de negócios e receita para uma região que produz petróleo há mais de meio século, mas hoje convive com o declínio dos campos antigos e a falta de interesse da Petrobras pela exploração em terra, onde está a maior parte da atividade.
Com grande potencial para a produção de gás, a área também é vista pelo governo federal como um possível impulsionador do chamado “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo a Petrobras, o teste de Farfan vai produzir 7 mil barris de petróleo e 500 mil metros cúbicos de gás por dia, por meio de poços interligados ao navio-plataforma Cidade de São Vicente. Localizado a 2.500 metros da superfície, o primeiro poço do projeto é o mais profundo que a estatal já colocou em operação no país.