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‘Black Friday’ da Petrobras quer vender o maior campo terrestre

Carmópolis: descoberta impulsionou atividade exploratória no país

A tardia cheiadeira da classe política de Sergipe não impedirá a ‘Black Friday, que tem como principal mercadoria o maior campo de petróleo em terra do país: Carmópolis, com volume estimado de 1,7 bilhão de barris de petróleo em sua reserva e localizado na Bacia Sergipe-Alagoas.

O pacote de venda inclui Carmópolis e 11 concessões de áreas na mesma Bacia. A estatal tem 100% de participação nessa área, que produziu 10 mil barris de óleo por dia e 73 mil metros cúbicos por dia de gás de janeiro a setembro deste ano.

Três mil poços

A área à venda no que está sendo chamada pelos analistas de a ‘Black Friday’ da Petrobras, soma quase três mil poços em operação, 17 estações de tratamento de óleo, uma estação de gás em Carmópolis, aproximadamente 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos, além das bases administrativas de Carmópolis, Siririzinho e Riachuelo. No pacote de venda da estatal faz parte ainda o Polo Atalaia, que contém o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo), uma unidade de processamento de gás e oleodutos.

Saindo do Nordeste

Para os analistas do setor, o pacote “promocional” de venda dos ativos da Bacia Sergipe-Alagoas, a atual gestão acelera a saída da empresa do Nordeste. O resultado principal deverá ser um forte impacto na economia e nos postos de trabalho da região.

“A operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos”, disse a estatal em nota.

Descoberto em 1960

Segundo especialistas, a descoberta de Carmópolis na década de 1960 – cuja produção era escoada por caminhões e trens até a Refinaria Landulpho Alves, na Bahia – impulsionou a atividade exploratória no Brasil. A área é tida como a principal responsável por ter permitido a descoberta do primeiro campo em mar no Brasil, localizado em águas rasas na Bacia de Sergipe (o campo de Guaricema).

E sua importância também se reflete no preço. Considerada a particularidade do mercado brasileiro e de recentes ofertas em terra, esse ativo pode alcançar valor US$ 1 bilhão, segundo fontes do setor. Mas o preço é considerado elevado se considerado com ativos fora do Brasil, de acordo com um executivo. A estatal negocia ainda a venda de outras áreas em terra.

Com informações de O Globo e Fup

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