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“Privatizado”, aeroporto parece uma rodoviária

Não se enxerga qualquer benfeitoria feita pela Aena no Aeroporto de Aracaju

Entregue por concessão à estatal espanhola Aena Desarollo, o Aeroporto de Aracaju permanece com cara de um modesto campinho de pouso ou uma rodoviária de cidade grande. Pelo menos a olho nu, não se enxerga uma única benfeitoria efetuada pela empresa que ganhou o leilão para administrar o terminal aéreo sergipano. Questionado se conhece alguma obra feita ali pela estatal espanhola, o secretário estadual de Turismo, jornalista Sales Neto, disse que não. Aliás, ele agendou para  a próxima segunda-feira (16), uma reunião com a diretoria da Aena “justamente para tratar sobre o plano de investimentos no nosso aeroporto, pois esse compromisso foi assumido por eles no leilão da concessão”, afirma.

A espanhola Aena Desarollo recebeu a administração do Aeroporto de Aracaju em fevereiro deste ano. Desde então, compete a ela a operação de todo o terminal, garantindo segurança, níveis de serviço e qualidade da gestão, de acordo com as normas da aviação civil. Informações oficiais divulgadas à época do leilão, davam conta que os primeiros investimentos assumidos pela concessionária foi a melhoria da infraestrutura básica, como banheiros, sinalização, iluminação, climatização, internet gratuita e reparos nas edificações. O prazo previsto para a conclusão dessas benfeitorias foi de 180 dias, a contar da assinatura do contrato, portanto terminou em agosto passado.

Também estavam acertadas para a primeira fase dos investimentos obras de adequações de pista à ampliação de pátios de aeronaves, passando pelo aumento da capacidade de processamento de passageiros. Numa segunda etapa, deverá ser elevado o percentual mínimo de processamento de passageiros em pontes de embarque a 65% para voos domésticos 95% para voos internacionais. Hoje, não há pontes de embarque no terminal sergipano. A Aena Desarollo arrematou no mesmo leilão os aeroportos de Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Vitória e Cuiabá.

De pai pra filho

A concessão dos sete aeroportos, incluindo o de Aracaju, foi um negócio tipo aqueles de pai pra filho. Para se ter uma ideia, a estatal espanhola não pagará nada por cinco anos. Após esse período, ela começa a pagar a dívida. Isso até o final do contrato. As regras preveem que o pagamento do valor da outorga, de R$ 2,1 bilhões, vai depender da receita bruta apurada pela concessionária nos terminais aéreos. E o governo federal entregou os aeroportos à uma estatal estrangeira com o discurso de que, “graças aos novos investimentos, as concessões vão trazer melhorias na qualidade do serviço prestado aos passageiros”. Quem quiser que acredite!

Foto: Portal infonet

 

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