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Aracaju é bronze em desigualdade social

Tem famílias no país com rendimento domiciliar per capita inferior a 1,90 dólares

Aracaju é a 3ª capital brasileira em desigualdade social. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2012 a 2019, divulgada nesta quinta-feira (12) pelo IBGE, a capital sergipana (0,581) só ganha em desigualdade de rendimentos para Recife (0,612), João Pessoa (0,591). O Nordeste apresentou o maior crescimento percentual entre 2012 e 2019 (2,4%) e foi a única região onde o Gini, indicador que mede a concentração de renda, cresceu, entre 2018 e 2019, passando de 0,545 para 0,559.

O estudo doi IBGE mostra que o rendimento médio domiciliar per capita de 2019 foi de R$ 1.406 para o total da população brasileira. As regiões Sudeste (R$ 1.720) e Sul (R$ 1.701) tinham os rendimentos mais elevados, aproximadamente o dobro do rendimento domiciliar per capita do Norte (R$ 872) e Nordeste (R$ 884). Esse padrão de diferença nos patamares de rendimento domiciliar per capita se alterou pouco desde 2012.

De acordo com a Pesquisa, as mulheres pretas ou pardas se destacaram entre os pobres: eram 28,7% da população, 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres. O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas responsáveis, sem cônjuge e com presença de filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 24% dos moradores desses arranjos tinham rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 e 62,4% inferior a US$ 5,50. Já entre as crianças com até 14 anos de idade, 11,3% eram extremamente pobres e 41,7% pobres.

Bolsa Família

A Síntese de Indicadores Sociais mostra que 11,8% da população brasileira em 2019 viviam com até o valor de ¼ de salário mínimo per capita mensal (cerca de R$ 250) e quase 30% com até ½ salário mínimo per capita (R$ 499). No Nordeste, quase metade da população tinha até esse último patamar de renda mensal. No outro extremo da distribuição, no Brasil, 4,1% tinham rendimento per capita superior a 5 salários mínimos (R$ 4.990), no Distrito Federal 12,9% das pessoas apresentavam esse rendimento.

Para o total da população, chama atenção o aumento da participação de aposentadorias e pensões entre 2012 e 2019, que passou de 18,1% para 20,5% do rendimento domiciliar total. Entretanto, esse crescimento está concentrado entre aqueles com mais rendimentos (aumento de 14,1% no período para as pessoas com rendimento domiciliar per capita acima de 3 salários mínimos).

A desigualdade no Brasil

Os trabalhadores familiares auxiliares eram a posição na ocupação com maior incidência de extrema pobreza (12,2%) e de pobreza (39,5%). Chama também atenção o fato de 25,6% dos trabalhadores domésticos, 23,3% dos empregados sem carteira e 19,3% dos trabalhadores por conta-própria estarem entre aqueles considerados pobres pela linha de US$ 5,50 PPC.

Entre 2018 e 2019, a taxa de desocupação caiu de 12% para 11,7%. Porém, a proporção dos desocupados há pelo menos dois anos subiu de 23,5% em 2017 para 27,5% em 2019. Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, 22,1% não estudavam e não estavam ocupados em 2019. O percentual foi menor que em 2018, em decorrência do aumento do nível de ocupação.

Em 2019, os estados do Nordeste apresentavam mais de ¼ dos jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados, padrão percebido na série iniciada em 2016.

Entre as mulheres pretas ou pardas de 15 a 29 anos de idade, 32,0% não estudavam e não tinham ocupação em 2019, proporção 2,4 vezes maior que a dos jovens brancos nessa situação (13,2%).

Quatro em cada dez trabalhadores ocupados estavam na informalidade em 2019. A informalidade no mercado de trabalho brasileiro, de caráter estrutural, atingia 41,6% dos trabalhadores do país em 2019, ou 39,3 milhões de pessoas. Este indicador se manteve estável em relação a 2018. A proporção era maior na região Norte (61,6%) e menor na Sul (29,1%).

Entre pessoas ocupadas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto, a proporção de informais era de 62,4%, mas de apenas 21,9% entre aquelas com ensino superior completo.

Entre as razões apresentadas pelos jovens para terem parado de estudar, ou nunca terem estudado, “precisava trabalhar” foi a resposta mais recorrente, mas com maior incidência para os homens (43,1%) do que para as mulheres (26,0%). O percentual de jovens que não estudavam e nem estavam ocupados caiu de 23,0% em 2018 para 22,1 em 2019.

Fonte: IBGE

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