Professores, estudantes e servidores da Universidade Federal de Sergipe protestaram, nesta terça-feira (24) contra a intervenção na Reitoria daquela instituição de ensino. Em portaria, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afastou o reitor Valter Joviano e nomeou a interventora Liliádia da Silva Oliveira Barreto, professora do Departamento de Serviço Social da UFS. Os manifestantes gritaram que “intervenção é ditadura, a verdade é dura”, e exibiram cartazes exigindo respeito à consulta pública para escolha do reitor.
A UFS fez eleição oficial no Colégio Eleitoral (Conselhos Superiores) este ano e nele o professor Valter Santana Filho, que é vice-reitor, foi o mais votado, sendo o primeiro da lista tríplice encaminhada ao MEC, com 37 votos. A lista tem ainda os nomes dos professores André Maurício Conceição de Souza, com 30 votos, e Vera Núbia Santos – com 9 votos.
Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) interrompeu o processo de escolha do novo reitor da Universidade Federal de Sergipe, após o Ministério Público Federal (MPF) abrir inquérito para apurar denúncia de suposta irregularidade no processo eleitoral. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs). Questiona-se a escolha indireta (nos conselhos) e defende-se que o futuro reitor seja um dos três eleitos na lista tríplice.
O Ministério da Educação pediu informações à reitoria da UFS sobre o inquérito do MPF para só depois decidir sobre a escolha do novo reitor, porém, antes disso, nomeou uma interventora. Mesmo durante a ditadura militar, o governo federal respeitava a eleição para formação da lista, que à época era sêxtupla, bem diferente do que fez agora o ministro Milton Ribeiro que, numa canetada, decretou intervenção na Universidade Federal de Sergipe. Um absurdo!