O Instituto Cigano do Brasil enviou ofícios ao secretário da Segurança Pública, João Eloy, e ao comandante da Polícia Militar, coronel Marcony Cabral, pedindo “providencias e apuração com imparcialidade das mortes de cinco ciganos” ocorridas, entre quinta (17) e sexta-feira (18), em Umbaúba, na zona sul de Sergipe. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os homens teriam reagindo à voz de prisão, um dia após dois policiais civis terem sido fuzilados quando investigavam crimes contra o patrimônio que, conforme denúncias, estariam sendo praticados por ciganos.
Além do secretário e do comandante da PM, também receberam ofícios no mesmo teor os deputados estaduais Iran Barbosa (PT) e Zezinho Guimarães (MDB), respectivamente, membro e presidente das Comissões de Cidadania e Direitos Humanos, e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. O Instituto afirma nos documentos que “pugna pela apuração dos fatos, com legalidade, rigor investigativo e utilização dos recursos tecnológicos disponíveis para auxiliar na elucidação do crime. Não podemos falar que todos os Ciganos (as) são hostis, pois estaríamos generalizando, como não podemos generalizar a postura dos policiais”.
Abuso de policiais
O Instituto revela também que “segundo informações, alguns policiais cometeram maus tratos, abusos de maneira indiscriminada contra os ciganos (as). Teriam batido no rosto de algumas ciganas e chutado as crianças. Pelas redes sociais, possíveis agentes têm registrado ameaças aos ciganos de Sergipe e pedem a intervenção do policiamento de outros estados, como o da Bahia, para buscar suspeitos de participação da morte dos agentes”. A entidade afirma que tais fatos estão “gerando um clima de muita insegurança, pavor e preocupação nos ciganos baianos e alagoanos”.
De acordo com os ofícios do Instituto, “apesar da flagrante visão racista, em grande parte compartilhada pela sociedade em geral, os ciganos não estão entre as grandes estatísticas de criminosos que enfrentam os órgãos de segurança do Estado e suas agências de aplicação da lei e da ordem. Vítimas de preconceitos, discriminação, perseguição e mitos, os ciganos sempre foram esquecidos pelas políticas públicas. É notório que, até mesmo nos dias atuais, tais direitos não têm sido, ainda, efetivamente respeitados no cenário global”, conclui o documento assinado Por Rogério Ribeiro e José de Paulo, respectivamente, presidente e vice do Instituto Cigano do Brasil.
Por Destaquenotícias