IPTU, IPVA, matrícula e material escolares, e dívidas do cartão relativas aos gastos de fim de ano. Estes seriam os principais vilões do início do ano, já a partir de hoje. Mas não é tudo. Segundo o economista Armando Avena, o início do ano marca, infelizmente, o exato início das perdas salariais. “É exatamente o período em que todos os agentes da economia equilibram suas planilhas, fazendo reajustes, inclusive com base no aumento do salário mínimo.”
Ou seja, tanto os tributos como os preços em geral sobem baseados, no mínimo, no índice inflacionário que fechou o ano passado. Então, “são dois momentos – analisa Avena -, sendo o primeiro aquele em que, no fim de ano, empresários do setor de comércio querem desovar suas mercadorias, e para isso promovem redução de preço ou simplesmente não praticam aumento. O outro momento, que é que vivemos hoje, trata da recomposição das margens de lucro.”
Armando Avena exemplifica: “Um comerciante que tenha, por exemplo, cinco funcionários, sofrerá um forte aumento nas despesas sociais do salário, por conta do reajuste do mínimo, e só tem duas saídas: demitir ou reajustar preços.”
Parcelar
Cumpre assinalar que os impostos (IPVA, IPTU etc.), além dos preços de material escolar e matrículas, também aumentam, agora, de acordo com o índice inflacionário. Avena, então, recomenda: “O cidadão têm, basicamente, duas opções, quais sejam parcelar o que for possível dentro de sistemas que não cobrem juros muito altos (impostos como IPVA e IPTU) e pesquisar, e muito, os preços na hora de comprar o inevitável, inclusive pechinchando. O melhor mesmo seria ter guardado parte do 13° salário para ajudar nessas despesas.”
A prioridade é quitar as dívidas
De acordo com o portal DSOP – Educação Financeira, todo começo de ano é igual para algumas famílias: os gastos acumulados no Natal e férias somam-se às despesas típicas do início do ano. IPTU, IPVA, matrícula e material escolar dos filhos. Equacionar essa conta pode ser difícil. A seguir, leia as recomendações de especialistas em finanças pessoais para lidar melhor com as dívidas.
Pagar
De acordo com os especialistas, normalmente, os juros que se pagam nas dívidas “são maiores do que os juros recebidos nas aplicações financeiras. Por isso, a prioridade deve ser, sempre, a quitação da dívida.”
“Pagar o vencido é quase sempre a melhor alternativa”, diz Mauro Calil, educador financeiro. “E depois, quando chegarem as outras contas, deve se verificar o que é possível ser feito”, emenda. O educador salienta a importância de se programar para os gastos no início do ano. Ele lembra que é possível saber com antecedência qual será o valor dos débitos e, portanto, o planejamento para a quitação é mais fácil de ser feito.
IPVA e IPTU
Especialistas são unânimes na recomendação de pagamento à vista dos dois impostos. Isso porque o desconto para a quitação de uma vez é significativo. “Pague sempre à vista e com desconto”, diz Reinaldo Domingos, autor do livro “Livre-se das Dívidas”. Cada Estado, no caso do IPVA, ou cada município no caso do IPTU, tem um porcentual de desconto.
Calil mais uma vez usa a lógica da rentabilidade dos investimentos para justificar a recomendação de pagamento à vista. “Vamos colocar como base a caderneta de poupança: você consegue lucrar 0,5% ao mês. Então, em três meses, que é o período que os impostos podem ser divididos, você lucraria 1,5%. Ou seja, o desconto para pagamento é mais vantajoso do que manter o dinheiro na aplicação”, comenta.