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Diocese diz que negacionismo mata e prega isolamento

Dom Vítor Agnaldo de Menezes pede ao povo para rezar em casa

“A ineficiência e o negacionismo do governo federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos, é notória. O vírus não será dissipado com discursos raivosos e frases ofensivas”. Este ponto de vista contido no “Pacto pela vida e pelo Brasil” e assinado por seis entidades da sociedade civil recebeu o integral apoio da Diocese de Propriá. Em nota ao “querido povo de Deus”, o bispo diocesano Dom Vítor Agnaldo de Menezes, conclama a todos “para nos unirmos e nos colocarmos contra todo projeto que gera a morte em nossa sociedade e coloca a economia e o capital acima da vida das pessoas”.

Veja, abaixo, a integra da nota divulgada pela Diocese de Propriá:

“Eu vim para que todos tenham vida”
Jo 10,10

Querido Povo de Deus,
Seis entidades da sociedade civil, signatárias do Pacto pela vida e pelo Brasil (a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Academia Brasileira de Ciências, a Associação Brasileira de Imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Comissão Arns), no dia 10 de março de 2021, publicaram nota sobre o grave momento que o Brasil está
vivendo por causa do Coronavírus. As seis entidades afirmam que o negacionismo mata, que a ineficiência do governo federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos, é notória e que o vírus não será dissipado com discursos raivosos e frases ofensivas. Diante disso, as seis organizações pedem que a população seja vacinada o quanto antes, que o Ministério da Saúde cumpra seu papel de indutor eficaz das políticas de saúde em nível nacional, e que o Congresso dê prioridade ao enfrentamento da Covid. As entidades declaram que preservar vidas é o que há de mais urgente e terminam com um apelo para que a juventude assuma o seu protagonismo na defesa da vida, desconstruindo o negacionismo.

A nossa Igreja diocesana, ao longo de sua história de 60 anos, também fez um pacto pela vida e pelos pobres do Baixo São Francisco. Por isso, ela se sente contemplada e signatária da nota acima mencionada. Seguindo os passos e as orientações do Papa Francisco, convido a todo o povo de Deus da Diocese de Propriá para nos unirmos e nos colocarmos contra todo projeto que gera a morte em nossa sociedade e coloca a economia e o capital acima da vida das pessoas e da casa comum, onde vivemos. Em meio aos dolorosos desafios da pandemia e aos agravamentos da exclusão social, testemunhemos, através de atos concretos e permanentes, o nosso ser Igreja servidora, samaritana e sinodal. É necessário o esforço de todos para que ninguém fique para trás, esquecido e abandonado. Somos todos irmãos e irmãs, somos uma só Nação: o Brasil! Nesses dias difíceis, quando o medo e a desesperança tomam lugar em muitos corações sofridos e humilhados, o Senhor nos convoca e nos envia para anunciarmos a sua Palavra que conforta, ilumina e salva.

A pandemia do Coronavírus nos obriga a ficarmos em casa e a nos distanciarmos uns dos outros por amor à vida e ao próximo. Impedidos de irmos aos templos, enquanto a “tempestade” não passa, sejamos Igreja em nossas casas. Participemos das celebrações e formações de modo virtual. Una e reúna a sua família ao redor da Palavra e da mesa eucaristizada pela partilha do pão e do diálogo amoroso entre pais e filhos. Cuidemos uns dos outros através de eventos virtuais, de um telefonema solidário, de um olhar amoroso, de gestos de solidariedade, de um sorriso sincero.

O tempo litúrgico da Quaresma nos orienta a voltarmos de todo o coração para o nosso Deus (cf. Jl 2,12), a rasgarmos os corações e não as vestes (cf. Jl 2,12-13) e que a misericórdia vale mais do que o sacrifício (cf. Mt 913). Em meio a tantas dores, quando o Estado Brasileiro não cumpre o seu papel de patrono da vida, só nos resta voltarmos a Deus para que Ele se volte para nós e de nós tenha compaixão e venha em nosso socorro. A sua misericórdia é para sempre (cf. Sl135,26)!

O Governo do Estado, imbuído do seu dever de cuidar da vida, publicou na última quinta-feira (11) novas medidas restritivas para Sergipe, inclusive em relação aos serviços religiosos, embora sejam considerados essenciais. Sendo assim, determino que, em todo o território diocesano, seja cumprido, em absoluta obediência, tudo o que ali está determinado.

Faço uma veemente súplica para que tomemos os devidos cuidados sanitários para evitamos o contágio e a propagação do Coronavírus. A preservação da vida é um dever de todos nós.

Seja preparação e penhor das graças do céu e de uma Santa Páscoa, a bênção que lhes dou de todo o coração.
Dado na episcopal cidade de Propriá, no dia 13 de março do Ano do Senhor de 2021, oitavo ano do pontificado do Papa Francisco.

Dom Vítor Agnaldo de Menezes
Bispo Diocesano”

 

 

 

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