Augusto César Lobão Moreira*
Não costumo assistir às lives das quintas do presidente da República, contudo, ontem o fiz.
Numa crise de Pandemia, como essa que aí está, arrastando os países de todos os continentes, o Brasil passou a ser o epicentro da tragédia, beirando a casa dos 300.000 mortos.
Desde o início, em março do ano que se passou, as análises intempestivas e as medidas adotadas pelo Governo Federal não se amoldavam à realidade premente.
Por outro lado, vem o Supremo Tribunal Federal e numa decisão monocrática estabelece a competência concorrente entre a União, os Estados e Municípios (não desejo adentrar em interpretação jurídica).
Portanto, cada um faz o que quer, porém, a primeira dispende recursos estimados em mais de R$ 400 bilhões que poderiam ser gastos sem a obrigatoriedade das regras estabelecidas na Lei de Licitações e, o pior, sem nenhum planejamento estratégico, muito principalmente no tocante à aquisição das vacinas para imunizar a população, além da compra dos recursos hospitalares irresponsavelmente tardia.
Enquanto isso, o entrechoque de opiniões entre o presidente e os gestores estaduais e municipais persiste como um espetáculo de um circo mambembe.
O presidente da República afronta o brasileiro com suas sandices, fazendo declarações como, por exemplo:
“Isso é uma gripezinha!”
“O povo brasileiro é maricas!”
“Vá comprar vacina na casa de sua mãe”!
Paralelamente, os governadores e prefeitos meteram a mão na grana não dando satisfações a ninguém, muito menos ao Zé Povinho, que ainda tem o “complexo de vira-latas”, como bem dizia o Nelson Rodrigues.
Não comentarei a live de ontem, eis que as asneiras ditas pelo presidente Jair Bolsonaro são aterrorizantes!
*Promotor de Justiça