Começaram a desmontar a plataforma Piranema

A plataforma Piranema, localizada na Bacia de Sergipe-Alagoas, a cerca de 37 km de Aracaju, está sendo desmontada. Desde abril do ano passado, quando a Petrobras encerrou as atividades daquela unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás, que a empresa Altera Infrastructure (ex-Teekay Offshore) se preparava para desmontá-la, executando limpeza, desconexão das linhas de produção e desancoragem. A plataforma deve ser removida para o campo de Neon, na Bacia de Santos.

A desmobilização de Piramema foi decidida quando produção do campo do mesmo nome começou a registrar forte queda, mas foi acelerada no começo de 2020, diante da crise do preço do petróleo. Nos últimos anos, o ativo vinha produzindo média de 2,5 mil barris por dia, ante a capacidade da planta de 30 mil barris por dia. Em abril do ano passado, o volume foi reduzido para 862 barris por dia. A plataforma redonda e flutuante foi inaugurada em 2007, com grande festa, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Produção abaixo do esperado

O campo de Piranema, onde está a plataforma em fase de desmontagem, começou produzindo apenas 4.254 barris por dia de óleo leve e 1.573 mil m³ / dia de gás, mas prometia ser uma nova fronteira petrolífera para o Nordeste. A expectativa era que ele produzisse algo em torno de 30 mil barris/dia, significando um incremento de produção em Sergipe de 70%.

Foi apostando numa boa produção que a Petrobras investiu alto para instalar naquele campo do primeiro sistema flutuante e redondo de produção, armazenamento e exportação de óleo do mundo. O objetivo era minimizar os efeitos da oscilação das ondas do mar. Apesar do elevado custo de manutenção da estrutura instalada na Bacia Sergipe-Alagoas, a sonhada produção de petróleo e gás jamais ocorreu.

Projeto único

O casco da plataforma Piranema foi construído no estaleiro Yantai-Raffles, na China, e transportado para a Holanda onde foi instalada a planta de processamento da produção petróleo e gás. Ela é uma unidade flutuante de produção, estocagem e escoamento de petróleo (FPSO), com capacidade para produzir até 30 mil barris por dia de óleo e estocagem de 300.000 barris.

Por Destaquenoticias