O senador Alessandro Vieira (Cidadania) comentou sobre a CPI do Genocídio durante participação no Jornal da Fórum. O parlamentar sergipano criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia e comentou sobre uma comparação feita por ele entre o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e o tenente-coronel nazista nazista Adolf Eichmann, que atuou na “Solução Final” contra judeus na Alemanha de Hitler e foi condenado à pena de morte em 1962.
Vieira apontou que “quando se traz a comparação do Pazuello com Eichmann, não estou comparando Bolsonaro com Hitler e o bolsonarismo com o nazismo, nem desrespeitando o povo judeu, como alguns bolsonaristas tentaram sugerir”.
“O julgamento mostra que Eichmann era um ser humano comum e que isoladamente poderia fazer coisas boas, mas que, inserido em um contexto que impõe conduta equivocada, não para para pensar que retardar a compra de vacinas vai resultar, necessariamente, em mais gente morta. Retardar o transporte de oxigênio para Manaus necessariamente vai fazer pessoas morrerem asfixiadas. O que eu fiz foi um chamamento à razão”, disse Vieira.
Comparação com nazista
Na CPI, o Alessandro destacou que Eichmann era “um cidadão militar, que serviu a um projeto de poder, e não parou um instante para analisar as características do que fazia”. “Ele não possuía histórico ou traços preconceituosos, não apresentava características de um caráter distorcido ou doentio. Ele agiu segundo o que acreditava ser seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender em sua carreira profissional, na mais perfeita lógica burocrática. Cumpria ordens sem questioná-las com o maior zelo e eficiência, sem refletir sobre as consequências que elas pudessem causar”, disse o parlamentar com base nas conclusões do julgamento do militar nazi.
A análise irritou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e fez o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), retirar a menção das notas taquigráficas da CPI. Vieira, que é suplente na comissão, criticou duramente a gestão de Bolsonaro na pandemia. “A gestão é caótica e rejeita a colaboração da academia”, disse. “Quando uma grande liderança tem uma postura tão anticiência, isso gera prejuízos significativos para a sociedade”, completou.
Fonte e foto: Portal Forum