Todo mundo já enfrentou momentos difíceis que trouxeram à tona a necessidade de maior conexão com a natureza. Em uma tentativa de aplacar a saudade dos espaços verdes, muitos passaram a cultivar plantas ou até mesmo uma pequena horta dentro de casa, hobby que destaca atitudes mais conscientes que se pode ter tanto individualmente quanto em sociedade.
E uma coisa leva à outra: ao repensar hábitos e buscar formas de ajudar o meio ambiente sem sair de casa, a compostagem apareceu como uma oportunidade para descartar corretamente os resíduos orgânicos, cuja produção aumentou durante a pandemia.
Assim, tanto cultivar hortas domésticas quanto compostar o próprio lixo orgânico andam de mãos dadas e podem ser executados facilmente, com algumas dicas úteis.
Fazendo a horta
O primeiro passo é começar com uma horta em casa. Para isso, é necessário avaliar o espaço disponível, qual o tamanho dele e a incidência de luz solar. Depois, pode-se providenciar materiais como vaso, jardineira, terra, ferramenta e regador, além de sementes e mudas do que se quer cultivar.
“O sol é muito relevante porque é energia para a planta. O ideal é ter no mínimo quatro horas de luz. Mas, mesmo que não tenha tanto tempo de iluminação, a planta acaba se adaptando. Na dúvida, escolha o local com maior luminosidade disponível e experimente”, aponta Diego Diel, coordenador de vendas da ISLA Sementes.
Com relação à estrutura da horta, há diversas formas que podem ser adotadas. “Pode-se fazer uma estrutura suspensa, em cima de um cavalete, escada, parapeito ou janela. No chão ou em floreiras. É essencial pensar numa drenagem para escoar a água dada às plantas. Exemplos são os furos na base dos vasos, e evitar terrenos que alaguem para uma horta em canteiros”, explica Diego.
Na hora de escolher o que plantar, é interessante saber as características das plantas que se deseja cultivar. Manjericão, alecrim, pimenta, orégano, salsa, rúcula e coentro são opções para começar uma horta doméstica e são excelentes aliados na cozinha.
Compostando os resíduos orgânicos
Horta feita, alimentos plantados e consumidos, é hora de saber como lidar com as sobras. Muita gente acha que, separando resíduos secos (recicláveis) e molhados (orgânicos), já está colaborando para o meio ambiente.
“A compostagem é um processo biológico de transformação de resíduos orgânicos em adubo pela ação de micro-organismos, principalmente bactérias”, explica Rafael Zarvos, especialista em Gestão de Resíduos Sólidos e fundador da Oceano Resíduos.
Para quem está começando, Rafael deixa duas dicas: comprar uma composteira doméstica ou fazer o próprio vaso compostor. O primeiro método utiliza minhocas, e o segundo usa matéria seca, mas o especialista garante que nenhuma dessas opções libera odor.
As duas técnicas transformam lixo em algo utilizável, evitando que os resíduos fossem descartados em qualquer lugar e prejudicassem o meio ambiente.
“Estamos atravessando um momento ímpar onde podemos observar a quantidade de resíduos que geramos em nosso dia a dia. É a oportunidade de começarmos a repensar nossos hábitos. A compostagem somada à separação dos resíduos recicláveis contribui para fecharmos o ciclo”, acredita Zarvos, que vê na compostagem uma forma de o cidadão exercer sua cidadania ambiental, sem depender do poder público.
Fonte: Portal R7