A recheada trajetória profissional do ator sergipano Orlando Vieira ainda reserva fôlego para mais alguns capítulos. Pelo menos é o que garante o cineasta, que completa 90 anos nesta segunda-feira (26). A data foi celebrada com um abraço simbólico promovido pela Sociedade de Cultura Artística de Sergipe (SCAS) e pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos do Estado de Sergipe (Sated), com o apoio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).
Orlando Vieira se consolidou como um dos grandes nomes do cinema sergipano e nacional com participações de destaque em filmes como “Quem matou Pixote?”, “Narradores de Javé”, “Aos Ventos que Virão” e a produção sergipana “A Última Semana de Lampião”.
Embora a filmografia do ator seja rica de ponta a ponta, o filme em que alcançou maior projeção foi “Sargento Getúlio”, de 1983, quando ocupou papel de destaque ao lado do protagonista Lima Duarte. Neste mesmo ano, conquistou o troféu Kikito, no Festival de Gramado – um dos mais importantes do cinema nacional.
Sargento Getúlio
“Orlando Vieira conseguiu o que nenhum ator conseguiu até hoje, que é uma projeção no país e fora do país. Sargento Getúlio virou cult do cinema, premiadíssimo aqui e lá fora. É um filme que marca um momento importantíssimo do cinema brasileiro. Mas não é só nesse filme que o Orlando se destaca, são inúmeras participações no cinema, na televisão, em novelas e telenovelas de grandes canais. Um homem de maior riqueza artística e eu fico muito feliz de ver o Orlando, com a relevância que tem, chegar aos 90 anos durinho, com possibilidade de seguir contribuindo para nossa cultura, cinema e audiovisual”, pontua o presidente da Funcaju, Luciano Correia.
Na televisão, Orlando participou das séries da Rede Globo “Tereza Batista” e “Uma mulher vestida de Sol” e da novela “Irmãos Coragem” (1994). Com tantos trabalhos de destaque no currículo, o sergipano é uma referência para agentes culturais de todas as idades.
Um currículo invejável
“Estamos falando de um homem que dedicou mais de 70 anos à vida artística, com currículo invejável. A gente tem ele como uma figura inspiradora. Essa homenagem é para que essa nova geração se perceba nesse universo, que é capaz de chegar nos anais da cultura nacional, nos grandes mercados, como orlando conseguiu”, registra Ivo Adnil, presidente do Sated.
Nesta segunda-feira (26), uma faixa em homenagem aos 90 anos de Orlando foi estendida em frente à sua residência, ação contemplada pelo próprio ator. “Convidamos algumas pessoas da cultura para dar um abraço em Orlando, evidentemente respeitando as medidas que esse momento de pandemia impõe. A gente tem essa preocupação de homenagear nossos artistas, técnicos da arte, enquanto estão em vida, porque precisamos chamar as pessoas para valorizar, conhecer esses que trabalharam e ainda trabalham para a nossa arte”, destaca Isaac Galvão, presidente da SCAS.
No alto dos seus 90 anos, Orlando garantiu no encontro com os agentes culturais que continua com fôlego e pretende voltar a atuar em Sergipe, assim que a pandemia for problema do passado e houver segurança para o retorno das atividades culturais. A vontade do ator é vista com entusiasmo por Luciano Correia.
“Mostra como ele sempre foi uma pessoa extremamente profissional. Faz da sua profissão, da sua arte, quase que um brinquedo, com muito prazer e alegria. Talvez isso explique os seus 90 anos rindo e saudável”, afirma o presidente da Funcaju.