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Sergipe precisar criar ambiente tecnológico propício ao desenvolvimento

Por Gilvan Manoel *

O Plano de Desenvolvimento Esta dual Sustentável de Sergipe 2020- 2030, encomendado pela Assembleia Legislativa à Fundação Dom Cabral e lançado no início de julho, mostra a necessidade de se criar um ambiente tecnológico propício ao desenvolvimento do Estado.

Segundo o estudo, são esses indicadores que estabelecem o contexto para proposição do plano de tecnologia:

“No ranking da eficiência da máquina pública, Sergipe encontra-se em 12º lugar, pontuando 67,8 num total de 100 e acima da média nacional, de 56,4;

No ranking de competitividade, o quesito ‘inovação’ encontra-se bem abaixo da média Brasil;

Sergipe representa 0,62% do PIB nacional, na casa dos R$ 40,7 bilhões em 2017 (IBGE);

Sergipe tem uma economia pouca diversificada, com uma concentração em produtos relacionados a gêneros alimentícios, produtos minerais e calçados;

A economia de Sergipe depende fundamentalmente da administração pública e de comércio e serviços;

A produção, representada pelas indústrias de transformação, indústrias extrativas e agropecuária, representa apenas 14,8% dos empregos formais;

Sergipe está na 18ª posição, no ranking de Competitividade dos Estados de 2020, dos Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação de 2019, publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC);

Nos últimos três anos, Sergipe reduziu os dispêndios em Ciência e Tecnologia, passando de 110 milhões, em 2015, para 85,5 milhões, em 2017.

Sergipe produziu, em 2017, segundo dados do INPI, 0,12 patentes por R$ 1 bilhão do PIB, o que o coloca na 8ª posição dentre os estados brasileiros.

Em 2019, Sergipe teve 0,9 empreendimento inovador para cada 1 milhão de habitantes, o que o coloca na 21ª posição dentre as unidades da federação.”

O relatório da Alese/FDC considera interessante observar que outros estados da região Nordeste têm avançado significativamente em direção a economia digital:

“Pernambuco e Ceará são dois exemplos relevantes. O parque tecnológico Porto Digital, em Recife, abriga cerca de 330 empresas, organizações de fomento e órgãos de Governo e aproximadamente 11 mil trabalhadores, com faturamento anual de R$ 2,3 bilhões em 2019. O governo do Estado do Ceará tem desenvolvido iniciativas concretas para o desenvolvimento econômico do setor de Tecnologia da Informação (TIC). No final de 2018, o governador sancionou a Lei nº 16.727, que criou o Programa Hub de Tecnologia da Informação e Comunicação (HTIC), com o intuito de otimizar os recursos de custeio e investimentos em TIC19. A participação do setor no Produto Interno Bruto Cearense (PIB) foi de 2,06% em 2018. No ano de 2019, o setor gerou mais de 14 mil empregos diretos.”

A FDC alerta que a transformação digital não diz respeito simplesmente à tecnologia ou ‘política digital’ isoladamente. “A transição envolve a otimização das condições sociais, políticas e econômicas para o crescimento inclusivo na era digital. A tecnologia por si só, por mais inovadora que seja, não garante sucesso. O desenvolvimento virá do apoio político para se criar um ambiente propício para implantação de novas tecnologias, mudanças nos processos de governo e novos modelos de negócios, produtos e serviços. A criação desse ecossistema é frequentemente uma questão de acertar as questões ‘analógicas’, que são as práticas, regramentos e processos administrativos existentes antes da era digital”.

Segundo o Plano de Desenvolvimento, “a crise do coronavírus tem acelerado significativamente a transformação digital de governos, que está migrando para o ambiente on-line em meio à pandemia”. A FDC lembra que relatório do Fórum Econômico Mundial mostra que a Covid-19 destacou a importância da conectividade digital, que foi crítica para que governos, empresas e sociedade continuassem operando durante a crise. “Isso trouxe um novo senso de urgência para a agenda de inclusão digital. Embora a crise tenha permitido que centenas de milhões participassem on-line, ficou evidente também a exclusão digital, em que 47% da população mundial permanece desconectada. O mundo pós-Covid será mais digital, exigindo mais conectividade, habilidades digitais e acessibilidade”, destaca.

O plano mostra que a transformação digital da economia de Sergipe é uma importante decisão estratégica para o desenvolvimento futuro do Estado após a pandemia.

No próximo e último artigo da série, semana que vem, a coluna vai mostrar as conclusões finais, diretrizes e recomendações do Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável de Sergipe 2020-2030 para a Agenda de Desenvolvimento do Estado.

* É editor do Jornal do Dia (Artigo publicado originalmente no Jornal do Dia)

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