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Carne está virando um alimento proibido

Foram observados os preços de 33 itens em 10 estabelecimentos comerciais

O consumo de carne (bovina, suína, de peixes e de aves) será o menor no Brasil dos últimos 25 anos. A previsão é do indicador da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O pico de consumo desses alimentos no país ocorreu em 2013, quando o brasileiro consumia em média 96,7 quilos por ano. Atualmente o consumo é de 29,3 quilos por pessoa com tendência para cair ainda mais em função dos elevados preços.

A inflação registrada somente em relação às carnes frescas, no período de julho de 2020 a junho de 2021, foi de 38%, segundo o acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Alguns cortes, como o contrafilé, muito popular em churrascos ou em forma de bife, para fritar, que custavam em média R$ 32 o quilo no início da pandemia, atualmente são encontrados por até R$ 52, um aumento de 62%. Até os cortes considerados de qualidade mais baixa atingiram valores exorbitantes.

Anemia em crianças

A drástica redução do consumo de carnes que vem ocorrendo no Brasil, provocada por razões econômicas, visto que o produto sofreu um enorme aumento de preço, acendeu o sinal vermelho para um potencial agravamento e crescimento de casos de anemia ferropriva em crianças de 0 a 5 anos. Os dados, mesmo antes da explosão inflacionária, já eram alarmantes no país, como mostra um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar): uma em cada três crianças nessa faixa etária está anêmica.

Para Milane de Souza Leite, nutricionista especializada em Nutrição Clínica, o quadro registrado décadas atrás está próximo de voltar a acontecer por conta da grave crise econômica, que tirou as carnes da mesa dos brasileiros. “Na pandemia, que trouxe não só a crise econômica, que se agravou, mas também uma diminuição do alcance dos programas sociais de redistribuição de renda que atendem famílias com crianças, no caso crianças de 0 a 5 anos, nós já observávamos esse problema no Brasil. Antes dos governos que intensificaram esses programas de distribuição de renda, uma taxa de até 50% de desnutrição nessa faixa etária era registrada”, lembrou.

A acadêmica explica que existem outras fontes de ferro que podem ser inseridas na alimentação de crianças e adultos, a partir de vegetais, mas o consumo do mineral dessas outras fontes não é tão eficiente para o corpo como na ingestão de carne. “Apesar de existirem outras fontes de ferro que não sejam a carne bovina, de peixes, de frango, essas outras fontes, de origem vegetal, são menos biodisponíveis, ou seja, sua absorção pelo organismo não se dá da mesma forma que no caso do ferro contido nas carnes”, explicou.

Fonte: Revista Fórum

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