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Os 100 anos de Paulo Freire

Admirado no mundo, Paulo Freire é criticado no Brasil pela extrema-direita

O centenário de Paulo Freire (1921-2021), o patrono da educação da brasileira, celebrado neste domingo (19), não passará em branco, com exposições e programas em homenagem ao pedagogo. Admirado no mundo, Freire é criticado apenas no Brasil, especialmente pela extrema-direita, que desenvolveu um ódio irracional pelo pensador pernambucano.

Durante a pandemia, as ações contra o educador diminuíram, é verdade, mas, mesmo assim, o MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) entrou com ação na Justiça Federal do Rio de Janeiro para impedir que o governo federal realize “movimentos desqualificadores” contra Paulo Freire nas celebrações de seus 100 anos.

A juíza Geraldine Vital acatou a decisão e deferiu liminar proibindo o governo de Jair Bolsonaro de “praticar qualquer ato institucional atentatório a dignidade do professor Paulo Freire”. Cabe recurso.

Prestígio em alta no mundo

Se aqui o pedagogo encara críticas ásperas da direita, no mundo inteiro seu prestígio só cresce 100 depois de seu nascimento.Apenas em setembro, um único livro do educador foi citado em 23 livros e artigos acadêmicos no mundo inteiro, segundo informações da Folha de S. Paulo.

Patrono da educação brasileira e autor da “Pedagogia do Oprimido”, a trajetória de Freire teve a educação como prática de liberdade. O biógrafo Sérgio Haddad, autor de “O Educador: Um perfil de Paulo Freire”, afirmava que ele era “um dos maiores responsáveis pela subversão imediata dos menos favorecidos”. Tal afirmação representa a essência do trabalho de Paulo Freire na educação. Seu método tratava a forma de educar intrinsecamente com o nosso cotidiano e, claro, com a política.

Ele foi um adversário feroz do que chamava de “educação bancária”, classificando o professor como a pessoa que detém o conhecimento e o aluno um depósito de suas ideias. Para o pedagogo, ensinar era uma jornada que partia da experiência de vida do aluno e do que ele conhecia, desenvolvendo o senso crítico dos estudantes.

Em seus 15 anos de exílio, por causa de seu Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil “círculos de cultura”, que foi tido como uma ameaça pela Ditadura Militar pelo potencial de “revolta dos menos favorecidos”, caso as massas desenvolvessem senso crítico, Freire publicou diversos livros e artigos, passou por inúmeros países e se tornou o brasileiro com mais títulos honoris causa pelo mundo.

Alguns deles concedidos in memoriam (depois de sua morte) por universidades do Brasil e do exterior.

No ano de 2016, o especialista em estudos sobre desenvolvimento e aprendizagem Elliott Green, professor da London School of Economics, fez um levantamento no Google Scholar e elencou “Pedagogia do Oprimido” como a terceira obra mais citada em trabalhos na área das humanidades no planeta com mais de 72.359 citações feitas até então.

Programação das celebrações

A partir das 14h deste domingo (19), o centenário de Paulo Freire será comemorado em uma live com extensa programação cultural. A partir das 18h, haverá uma apresentação do cantor Alceu Valença. O evento virtual terá ainda outras apresentações musicais e intervenções políticas. Toda a programação será online nos canais do Youtube da CNTE, da IEAL e da UFPE. Saiba mais aqui.

Fonte: Revista Fórum

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