Morreu em Aracaju o radialista Idalvo Dias de Oliveira, popularmente conhecido como “Meloso”. Ele tinha 80 anos e residia no Conjunto Augusto Franco, zona sul da capital. O corpo do comunicador, que na juventude foi palhaço de circo, foi velado, até às 10h deste domingo (26), no Velatório Osaf, à rua Itaporanga, centro da capital. O sepultamento ocorreu no cemitério do povoado Terra Dura, em Itabaiana.
Veja abaixo reportagem sobre a vida de Meloso publicada pelo portal de notícias Radar Sergipe:
Idalvo Dias de Oliveira, o Meloso, nasceu no dia 2- de junho de 1941, em Salvador (BA). Filho do alfaiate Anael Dias de Oliveira e D. Elizabete Fatel de Oliveira. Aos cinco anos de idade, foi morar com a tia Dunguinha, até completar 12 anos, quando resolveu encarar o mundo.
Foi aluno do curso primário do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, localizado no Bairro Pau Miúdo, em Salvador. Quando o Circo José Bezerra fazia uma temporada em Salvador, próximo à sua casa, na Baixa de Quintas, Meloso fez amizade com o dono do circo e acabou arranjando emprego de “mata-cachorro”. Entre outras atividades, cavava buracos no terreno para armar o circo e ajudava a montar e desmontar toda estrutura.
Não demorou muito para conseguir um serviço mais “manêro”. Certo dia, a pessoa que fazia o ponto (lia textos, atrás da cortina para aguçar a memória dos atores e dava dicas) faltou e Meloso foi convidado para suprir a deficiência. Foi tiro e queda: saiu-se bem e agradou ao dono do Circo.
Carro de som do circo
Com boa voz e uma ótima dicção, logo foi convidado para fazer locução no carro-de-som, divulgando a programação pelas ruas das cidades. Também não demorou para tornar-se apresentador e anunciantes das atrações, durante os espetáculos
Aos poucos, foi conquistando seu espaço dentro da companhia, sendo apresentador, locutor do carro-de-som, ponto, auxiliar de montagem e desmontagem e cavador de buracos.
Mais adiante, trocou o Circo José Bezerra pelo Circo Luzo Brasileiro, ocupando a função de apresentador dos espetáculos e locutor do carro-de-som, com o dobro do salário. Também passou a compor o elenco de atores das peças de teatro, apresentadas pelo circo.
A sua estreia como palhaço ocorreu na cidade de Pilar, Alagoas, por mero acaso do destino. O palhaço Xurupita resolveu abandonar o circo e o diretor, não tendo alternativa, pediu que o Idalvo assumisse o papel, dando-lhe o nome de “Palhaço Merloso”. Ele ficou nervoso, tremeu na primeira apresentação, mas, logo incorporou o papel.
As Garotas do Rebolado
Viajou pelo Brasil afora com o circo, principalmente pelo Nordeste. De passagem por Aracaju, resolveu deixar a Companhia e tentar seguir outro caminho. Criou, então, o espetáculo Meloso e as Garotas do Rebolado e começou a fazer apresentações pelo interior, em circos pequenos.
De passagem por Aracaju, resolveu abandonar o circo e tentar levar a vida por conta própria. Criou, então o espetáculo “Meloso e as Garotas do Rebolado”, e fez diversos shows pelo interior de Sergipe, Bahia e Alagoas, sempre em pequenos circos, alguns até sem cobertura. Comprou um fusca para viajar com quatro meninas, suas dançarinas, as quais tratava como muito respeito.
Logo conheceu a cantora Clemilda e passou a ajuda-la na produção do Programa “Forró no Asfalto”, que ela e o marido, Gerson Filho, apresentavam na Rádio Difusora. Através dela conheceu o médium Silva com quem começou a trabalhar, também. Silva lhe emprestava um carro-de-som para viajar com a sua trupe nos finais de semana. De terça a quinta, Meloso trabalhava para o médium Silva, fazendo propaganda do seu Centro, pelos bairros de Aracaju.
Em 1986, ele lançou o “Pastoril do Meloso”, com as meninas usando tanguinhas e saias curtas. Fez muitos shows nos pequenos circos e ganhou um bom dinheiro, chegando a comprar uma casa no Conjunto Augusto Franco, na zona sul de Aracaju.
Fonte e fotos: Portal de notícias Radar Sergipe