As redes de supermercados identificaram, nos últimos quatro meses, um aumento expressivo nos furtos de produtos de maior valor, especialmente na linha de carnes mais nobres, como a picanha. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a alta do preço da carne, que supera os 30% somente no primeiro semestre, e a queda de renda, são os principais motivos para o aumento de furtos.
A carne sempre foi um produto desviado, só que, com a crise e a alta de preços, a situação se agravou`, afirma Vanessa Urbieta, gerente de negócios da Inwave, empresa que desenvolve e produz equipamentos para a prevenção de perdas. O consumo de carne bovina no Brasil deve cair 14% neste ano em relação a 2019, o menor nível em 26 anos, de acordo com previsão da Companhia Nacional de Abastecimento.
“Picanheiros”
De acordo com ela, o que tem ocorrido com frequência é o consumidor colocar peças de carnes embaixo ou dentro da roupa, além de invasões de quadrilhas nas lojas de madrugada. Uma cliente foi pega recentemente em uma grande rede de supermercado, conta ela, com cinco peças de carne no corpo. A intenção era vender os produtos no mercado paralelo. “Os chamados `picanheiros` vendem as carnes, geralmente, pela metade do preço. Uma peça que custa R$ 50 no supermercado, sai por R$ 25 no mercado paralelo`, diz Vanessa Urbieta.
Fonte: Abras