Inaugurado em dezembro de 2006, em Aracaju, o Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica realizará um antigo sonho de atletas, técnicos e integrantes das equipes que frequentam o equipamento: contar com um sistema de ar condicionado que garanta mais qualidade a todos os envolvidos nos treinos e competições.
A iniciativa é resultado de convênio entre a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e a Secretaria da Educação, do Esporte e da Cultura de Sergipe (SEDUC). O valor repassado pelo Governo Federal será de R$ 694,5 mil e o empenho já foi emitido.
“Essa é uma reivindicação muito antiga de toda a comunidade da ginástica rítmica. Vários governos se passaram desde a inauguração desse centro de treinamento e nenhum deles conseguiu atender a essa reivindicação. Felizmente, estamos conseguindo atender”, afirma o secretário Especial do Esporte, Marcelo Magalhães.
Utilizar melhor os equipamentos
“Não precisamos mais inaugurar obras de infraestrutura esportiva no Brasil. O que precisamos é dar melhor utilização aos equipamentos que já temos em operação. Temos certeza de que, após a instalação do novo sistema, as atletas vão se sentir prestigiadas e, com melhores condições para treinar, vão se dedicar ainda mais à modalidade”, prossegue o secretário.
Presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Luciene Resende ressalta que a notícia da emissão do empenho para o sistema de ar condicionado não poderia ter vindo em data mais emblemática, já que nesta quinta a CBG completa 43 anos. “Para nós é como um presente. Para as atletas é um sonho que se torna realidade”, resume a dirigente.
Segundo Luciene, a climatização é fundamental para as atletas, principalmente em função das condições climáticas da capital sergipana. “O calor interfere no treino. Recebemos diversas promessas ao longo desse tempo e hoje temos essa notícia com alegria. Esse é um legado que vai ficar”, continua Luciene Resende.
Celebração e desempenho
Assim que souberam que o ginásio será climatizado, tanto a treinadora Camila Ferezin quanto as ginastas comemoram a notícia como se fosse o pódio de competição importante. “Estamos em festa. Eu assumi a seleção em 2011 e desde que vim para cá essa é uma solicitação que fazemos todos os anos”, explica Camila. “São dez anos sonhando com isso. Temos ginastas do Brasil todo que se concentram aqui e um dos desafios é o calor. Isso interfere no rendimento”, afirma a técnica.
Camila lembra que o aparelho que será trabalhado no ciclo para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 é a fita. Ela explica que em situações de calor intenso os treinos com a fita tornam-se mais difíceis. “É complicado porque as meninas transpiram e a fita gruda no corpo. Isso dificulta o trabalho. Então, só temos a agradecer a todos os que se empenharam para que o ar-condicionado pudesse ser instalado”, prossegue.
Para se ter uma ideia do que Camila Ferezin está falando, apesar do tempo nublado em Aracaju nesta quinta, a temperatura na capital sergipana superou 30º C, com sensação térmica de 34º C.
Assim, fica fácil entender por que a ginasta Maria Eduarda Arakaki, capitã da Seleção de ginástica rítmica, entende o momento como um divisor de águas. Duda, como é conhecida, tem 18 anos e defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela treina no CT em Aracaju há três anos e diz que os trabalhos agora vão entrar em uma nova fase.
“Estamos muito felizes. Temos esperado muito por isso. Às veze até passamos mal diante do calor excessivo. Climatizar o CT vai nos ajudar muito a nos preparar melhor para as próximas Olimpíadas. Estamos muito agradecidas”, diz Duda.