Depois de três dias de competições nas Paralimpíadas Escolares 2021, sediadas em São Paulo, os estudantes e paratletas sergipanos mantiveram a tradição do lugar cativo no pódio. A delegação de Sergipe trouxe para casa um total de 34 medalhas de ouro, 23 de prata e 12 de bronze, totalizando 71 medalhas. Além disso, a equipe do vôlei sentado foi a vice-campeã na modalidade. A competição aconteceu de 22 a 27 de novembro último.
Para a superintendente Especial de Esporte de Sergipe, Mariana Dantas, a delegação confirma o trabalho que vem sendo feito no desenvolvimento do paradesporto escolar no estado de Sergipe, principalmente na rede pública estadual de ensino. “Temos professores específicos para tratar do paradesporto tanto da paranatação, quanto do paratletismo e também do vôlei sentado. Não é à toa esse resultado e a tendência é ampliar e aumentar a inclusão, pois a Superintendência está fazendo um levantamento de todos os alunos que possuem alguma deficiência para que possamos analisar as possibilidades de oferta de esporte a essas crianças e adolescentes”, relatou Mariana.
As escolas públicas estaduais foram representadas por estudantes como a jovem Graziele Aparecida Freire dos Santos, aluna do Colégio Estadual Senador Leite Neto, localizado no bairro Grageru, em Aracaju. Ela compõe a equipe de paratletismo, com 15 anos de idade, corre desde os 11 anos e descobriu na modalidade de que é capaz, pensamento que não tinha antes. Durante a competição Graziele conquistou a medalha de prata nos 250 metros e também no salto em distância.
Começou com 11 anos
“Eu comecei a treinar com 11 anos de idade e a competir com 12. É uma sensação muito boa poder sair do estado, e vir representar Sergipe causa emoção. Estou muito feliz por essa conquista porque tem muito tempo que eu pelejo para realizar meu sonho. Não é qualquer atleta que chega aqui, e é uma experiência muito boa porque ganho experiência, conhecimento, e continuar treinando para nas próximas fazer mais bonito e melhor. Quando estou correndo sinto uma alegria, fico calma, e a pista me transmite uma paz. É uma paixão inexplicável que não há palavras para descrever a sensação maravilhosa que é”, expressou a atleta Graziele.
Luciele Carolaine Brito Santos é aluna do Centro de Excelência Vitória de Santa Maria, em Aracaju, e aos 16 anos, conquistou ouro no arremesso de peso. Para ela, sair de Sergipe para representar o lugar onde vive é bastante gratificante. Segundo Luciele, os treinos ocorriam três vezes por semana, e mesmo na pandemia, teve o incentivo dos familiares e do professor Júnior, técnico da equipe de atletismo. “Eu fico muito feliz de chegar aqui e conquistar uma medalha representando Sergipe”, concluiu.
Yasmin Gabrieli Santos Lima conquistou a medalha de prata nos 25 metros livre. Aluna do Colégio Estadual Senador Leite Neto, ela conta que os treinos ficaram um pouco difíceis porque precisou parar de frequentar as aulas de natação, mas está obstinada em fazer uma boa prova durante o segundo dia de competições. “Voltei para os treinos e me preparei para competir. Agora me sinto muito feliz porque fui bem rápida, apesar de ter ficado nervosa, e acho que amanhã na prova de costas eu vou ser muito boa”, concluiu.
Foco e atenção
Ana Jenifer dos Santos Silva, aluna do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, estava em São Paulo para competir nas Paralimpíadas Escolares pela primeira vez. Durante os jogos, o foco e a atenção eram características marcantes. Ela articulava as jogadas e compartilhava a experiência com os colegas. A modalidade de disputa de Jenifer é o vôlei sentado, e ela voltou para Sergipe como vice-campeão. A medalha pendurada no pescoço revela não somente a alegria de subir no pódio pela primeira vez, mas também o tempo dedicado aos treinos.
“Para mim foi uma experiência incrível que eu nunca tinha vivido. Já participei do brasileiro antes, mas participar do escolar em si com todo mundo junto foi excelente. Não é só uma equipe, é uma família na verdade e foi muito emocionante. Com certeza no próximo ano estarei aqui de novo com toda a minha equipe porque pode apostar que em 2022 seremos melhores do que neste ano”, destacou Jenifer.
O professor e técnico do vôlei sentado, Ezequias dos Anjos, acredita no feito como um marco histórico. “É um marco histórico que para nós, de certa forma, não foi uma surpresa por conta do trabalho que fizemos. Ao fazer uma análise do que trabalhamos, sabíamos que isso poderia vir a acontecer. Estou muito grato a toda a equipe, aos nossos atletas, porque realmente foi uma dedicação muito grande. Eram três sessões semanais, cada sessão l de treino tinha a duração de quase duas horas e meia, então foi um esforço muito grande”, concluiu Ezequias.