Por Marcos Cardoso*
A gangorra está pendendo para o lado dos que se insinuam candidatos a governador porque o assento do lado dos que se desejam candidatos a senador está quase vazio – ou os que eventualmente sentam-se desse lado não têm peso eleitoral suficiente para equilibrar a balança. Pelo menos por enquanto.
Senão vejamos: do lado dos pretensos candidatos a governador temos hoje o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), o senador Rogério Carvalho (PT), os deputados federais Fábio Mitidieri (PSD) e Laércio Oliveira (PR), o conselheiro do TCE Ulices Andrade (sem partido), o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), e talvez a delegada Danielle Garcia (Podemos).
E quem figura no lado dos que desejam a única vaga de senador em disputa? Parece certo que o ex-governador Jackson Barreto (MDB) vai tentar novamente o cargo eletivo que ele não conquistou na sua longa e vitoriosa carreira.
O deputado federal Valdevan Noventa (PL), um ainda neófito na política sergipana, chegou demonstrando ter coragem e cacife para encarar jogo duro. O ex-jogador de futebol Washington Coração Valente (sem partido), ainda mais neófito, também já se colocou à disposição para o jogo. E quem mais?
Retirando por razões óbvias Edvaldo, Rogério e Ulices, os outros pretensos candidatos a governador, Fábio, Laércio, Valmir e Danielle, poderão migrar para a disputa ao Senado, a depender das acomodações e definições até 15 de agosto, último dia para os registros das candidaturas.
As convenções partidárias acontecerão entre 20 de julho e 5 de agosto. O primeiro turno será no dia 2 de outubro.
A vice-governadora Eliane Aquino (PT), que chegou a ser apontada como candidata a senadora, esperneou, já disse que não quer e anunciou que será mesmo candidata a deputada federal.
O ex-deputado federal Valadares Filho (PSB), que quase se elegeu prefeito de Aracaju em 2016 e concorreu nas eleições de 2018 como candidato a governador, teria interesse agora em disputar uma vaga na casa que foi por três mandatos frequentada pelo seu pai? Ou prefere brigar para ser vice-governador de Rogério Carvalho?
E terá mesmo o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) disposição para encarar a disputa pela vaga solitária e retomar seu lugar na Câmara Alta?
A verdade é que dessa vez o panorama parece se inverter em relação a quatro anos atrás, quando a disputa pelas duas vagas ao Senado foi mais acirrada do que a peleja para o Governo, vencida com relativa facilidade por Belivaldo Chagas (PSD).
Aliás, Belivaldo já disse que fica até o fim do mandato e, portanto, estaria fora de uma eventual briga pelo Senado.
Em 2018, os favoritos eram o ex-deputado federal André Moura (PSC), Jackson Barreto e o ex-senador Antônio Carlos Valadares (PSB), correndo por fora o Pastor Heleno. Deu Alessandro Vieira (então Rede), com uma vitória surpreendente e acachapante de mais de 470 mil votos, seguido de Rogério Carvalho, também muito bem votado, mais de 300 mil votos.
E agora, quem vai encarar a refrega pela vaga que hoje é da senadora Maria do Carmo Alves (DEM)?
*É jornalista.
2 Comments
Está difícil encontrar um senador, um governante, pessoas que pensem apenas em representar o seu estado, trabalhando em benefício do povo que os escolheu. São sempre os mesmos. Esse é um caso que merece muita reflexão. Um senador, um governante, precisa ser pessoas preparadas para enfrentar o que é necessário se fazer no lugar em estarão atuando. Não se pode eleger à não ser dessa forma. Tem que ter formação específica para os cargos. Por isso se faz urgente, uma preparação, um curso, uma habilitação específica, para que não tenhamos que colocar para nos representar, pessoas sem competência para os cargos. Se continuar do jeito que está, nada vai mudar. Aliás, muda apenas para aqueles que são eleitos, pois irão desfrutar de todas as mordomias que os cargos proporcionam. Chega de tanta desigualdade. Cadê os competentes candidatos? Apareçam e mostre que tem os requisitos básicos e fundamentais para seus cargos.
Hoje a política sergipana é tribal, provinciana e coronelista, reflexo de um crônico atraso da sociedade de Sergipe. Temos 130 anos de República e não aprendemos praticamente nada de política, mergulhados num lamaçal de corrupção, num verdadeiro atoleiro, mas o eleitor nunca consegue enxergar novas possibilidades e nem potencialidades na política que possa nos resgatar, enquanto Estado da federação, desse submissão e humilhação de sermos dominados por castas familiares e panelas partidárias que se agarraram ao poder em Sergipe como boia de náufragos. E a cada dia mais seguimos para o fundo do oceano da ignorância e da falta de esperança de uma política pujante, descente e digna de um povo inteligente. Nadamos de braçadas nesse sistema político anacrônico, deficiente e débil, liderados por caciques sacripantas que defendem apenas suas vaidades, interesses pessoais e de seus cúmplices em detrimento do que deseja e merece o povo sergipano, nos relegando ao atraso cultural e estrutural, à pobreza econômica e intelectual. Podem dizer o contrário, mas a política influi em tudo na vida, é o reflexo de uma sociedade e vice versa, não podemos ignorar as implicâncias desastrosas da escolha de representantes caolhos e despreparados, ignorantes funcionais e culturalmente paupérrimos. Um povo deve ser representados pelos mais inteligentes e preparados com habilidades e competências funcionais, administrativas e legislativas. Mas infelizmente o povo não tem opções, os caciques donos de partidos e panelas partidárias impedem o acesso do povo a novas opções, a a alternativas, pois eles é que escolhem os candidatos que devemos votar, ou seja, uma seleção estúpida e ilegítima, por isso defendo a candidatura independente, pois só dessa forma poderemos nos vacinar contra essa praga. Em fim, hoje o povo sergipano colhe apenas o que planta nas urnas há tantos anos, uma política totalmente nefasta, paupérrima, representantes que nos envergonha pelo raso conhecimento e ignorância, falta de sensibilidade, humildade, humanidade e respeito ao seu eleitor, que após serem eleitos sequestram o mandato para si, para os seus nefastos interesses, vaidades e sede de poder. É triste de se ver, a pobreza de nossos políticos é de envergonhar alguém com um mínimo de bom censo e inteligência. E eles são tão cegos que se acham os melhores em sua gritante mediocridade, alimentadas pelos puxa-sacos á sua volta, como comensais, a ufanar as qualidades inexistentes desses sacripantas. Peço a Deus todos os dias para que acordemos desse pesadelo em nossa política sergipana e nos dê alguma esperança de algum dia sermos resgatados desse lamaçal profundo que estamos atolados desde sempre até o pescoço. Deus há de ter misericórdia de Sergipe, do contrário continuaremos nas mãos dos políticos servos do Satanás.