O Centro de Aprendizagem e Manejo de Animais Silvestres da Universidade Federal de Sergipe (Camase) completou um ano de funcionamento nesta quinta-feira (3). Nesse período, mais de mil pacientes já foram atendidos na estrutura de clínica veterinária localizada no Campus do Sertão, no município sergipano de Nossa Senhora da Glória.
O setor de silvestres surgiu com o propósito de abrigar animais vítimas de tráfico e maus tratos e agregar atividades de ensino, pesquisa e extensão dos cursos de Ciências Agrárias e da Terra por meio do Grupo de Estudos de Animais Silvestres (GEAS).
O Camase é coordenado pelo professor do Núcleo de Medicina Veterinária e do Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária da UFS, Victor Fernando Lima. Ele tem experiência em pesquisas sobre doenças parasitárias, parasitologia clínica e laboratorial, análises clínicas veterinária, medicina veterinária preventiva e clínica médica de animais silvestres e exóticos.
Animais traficados
Segundo o médico veterinário, “a partir da necessidade de cuidados mais específicos, principalmente de animais traficados e com doenças muito específicas, os órgãos ambientais e a própria comunidade abraçaram a causa da criação do setor de silvestres da UFS. Nessa estrutura, conseguimos atender pelo menos 10 animais em diferentes leitos e recintos, além de realizar diversos exames.”
“A partir das atividades que são desenvolvidas com a parte de clínica, de animais silvestres, cirurgia, reabilitação, exames clínicos, conseguimos produzir frutos muito interessantes. Desde o ensino para os alunos quanto a publicação de trabalhos disseminados por todo o país, além dessa contribuição pra comunidade por meio da educação ambiental,” complementa o professor.
Doença de chagas
Mestrando em Biologia Parasitária, Matheus Resende utiliza a estrutura do Camase para desenvolver a dissertação voltada à caracterização epidemiológica e molecular de cepas de um mamífero silvestre naturalmente infectado no território sergipano. Ele investiga a participação de macacos na transmissão da doença de chagas, considerada zoonótica e potencialmente fatal tanto para animais como também para seres humanos.
“Essas atividades ocorrem em diferentes linhas de pesquisas, desde as análises clínicas e veterinárias, parasitologia e os estudos das doenças parasitárias e também o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a reabilitação de animais silvestres. Temos um fluxo de de produção científica muito grande ao longo dessa trajetória,” ressalta Matheus.
Por Josafá Neto, da Rádio UFS