A Frente Nacional dos Prefeitos, presidida pelo gestor de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), condenou a denúncia de que o Ministério da Educação estaria priorizando lideranças religiosas na distribuição dos recursos da pasta. Este fato veio à tona após a imprensa divulgar um áudio onde o ministro Milton Ribeiro afirma que as prioridades dele são “atender primeiro os municípios que mais precisam” e “atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. “Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão de Gilmar”.
Segundo a nota da entidade presidida por Edvaldo Nogueira, “prefeitas e prefeitos afirmam que o Brasil não pode silenciar diante de uma situação tão injusta do uso do dinheiro público. A Constituição Federal garante o estado laico, e a distribuição de recursos para a educação deve atender critérios técnicos para diminuir iniquidades e injustiças existentes no país”. A reação da FNP soma-se à reação de congressistas, que já anunciaram a possível convocação do ministro para explicar como é feito essa distribuição de recursos para as prefeituras indicadas pelo pastor amigo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsolão do MEC
Pelas redes sociais, o senador Rogério Carvalho (PT) disse que após as denúncias envolvendo possível tráfico de influência no Ministério da Educação, “Milton Ribeiro perdeu as condições de permanecer no cargo. Os órgãos de controle e fiscalização precisam atuar imediatamente. O povo merece respostas sobre o bolsolão do MEC”. Por sua vez, o também senador Alessandro Vieira (PSDB) afirmou que “o escândalo no Ministério da Educação não pode ficar impune. Não podemos tratar a corrupção e o tráfico de influência com normalidade”.