Nem as estátuas erguidas nas praças públicas de Aracaju estão salvas do vandalismo e das ações dos marginais. A última “vítima” dos ladrões foi a estátua do monsenhor Olímpio Campos, edificada na praça do mesmo nome e diante da Catedral Metropolitana. Sabe-se lá quando foi que os bandidos furtaram o pé esquerdo do monumento, deixando-o equilibrado no pé direito. Com o braço aberto, a estátua parece reclamar: “Isso não se faz com quem está quieto”.
Erigida para perpetuar a memória do religioso, a estátua foi esculpida por Rodolfo Bernardelli e inaugurada às 13 horas do dia 26 de julho de 1916 pelo presidente do Estado, general Oliveira Valadão. Após um breve discurso do governante, uma comissão das senhoritas encarregadas de desvendar o bronze descerrou o véu que o ocultava. No pedestal da estátua, na parte da frente há a inscrição “Sergipe à Olímpio Campos. Atrás foi escrito o ano de sua construção: 1915.
Olímpio Campos
Olímpio Campos, um dos maiores nomes da história política de Sergipe, nasceu em 25 de julho de 1853, no engenho Periquito, no município de Itabaianinha. Embora destinado a carreira eclesiástica, chegando a sagrar-se sacerdote em 22 de setembro de 1877, a sua verdadeira vocação foi a política.
Ingressou na vida política no período monárquico, militando no Partido Conservador, sendo deputado provincial para as legislaturas de 1882-1883, 1884. Como deputado geral representou a província de Sergipe na Assembléia Geral nas 19ª e 20ª legislaturas, nos anos de 1885 e 1886-1889. Na República tornou-se uma das figuras centrais da vida político-partidária sergipana do seu tempo, chegando a ser Presidente do Estado no triênio 1889-1902.
Foi durante a Presidência de Guilherme Campos (1905-1908) que irrompeu a insurreição de 10 de agosto de 1906 na qual esteve envolvido o político e intelectual Fausto Cardoso e que visava a extinção do “olimpismo”. Os rebeldes foram vencidos 18 dias depois pelas forças federais, tendo Guilherme Campos – irmão do monsenhor -, reassumido a administração do Estado. Então senador, Olímpio Campos, não viveu muito tempo depois dessa vitória. Ele foi assassinado no Rio de Janeiro, na época Capital Federal, em 9 de novembro de 1906. Do crime participaram dois filhos de Fausto Cardoso, que responsabilizaram Olímpio Campos pela morte do pai, ocorrida durante a revolta.
Com informações do site Recanto das Letras