Por Adiberto de Souza *
Filho de Nicola Mandarino, rico comerciante e industrial italiano radicado em Aracaju, Humberto Mandarino teve grande participação na luta pelos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964. O professor e historiador Ibarê Dantas escreve em seu livro “Tutela Militar em Sergipe 1964/1984”, que nos momentos mais difíceis do período golpista, foram os dirigentes do MDB, entre os quais Humberto Mandarino, que mais intervieram, batalhando pela libertação dos presos políticos.
Sobre Humberto Mandarino, um ex-udenista que no MDB era o principal interlocutor entre os comunistas proscritos, o saudoso procurador de Justiça Fernando Nunes tinha histórias hilárias. Veja uma delas: “Humberto era um conversador extraordinário, mas só sabia conversar sobre política. Para ele, não existia nada no mundo fora desse tema.
Uma vez – prossegue Fernando Nunes – avistamos ele se dirigindo em nossa direção, no restaurante Cacique Chá, localizado no centro de Aracaju, e combinamos não falar nada sobre política. Humberto chegou, sentou-se e começou a ouvir. Na animada mesa tratava-se de tudo, menos de política. Ele já estava ficando impaciente, quando começamos a discutir sobre carros. Bastou alguém citar o Jeep para Humberto gritar: ‘Jeep? Taí um carro danadinho de bom para se fazer uma campanha política’. A risada foi geral”. Nem precisa dizer que, dali em diante, a mesa não tratou de outro tema que não fosse a cativante política. Supimpa!
* É editor do Portal Destaquenotícias