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Curso ensina a improvisar câmara de gás em viatura

A vítima foi colocada na viatura policial cheia de gás tóxico

Repercute nas redes sociais o trecho de uma aula em que um professor de curso preparatório para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ensina os alunos a trancarem suspeitos em uma viatura com gás lacrimogêneo. A matéria do jornalista Lucas Neiva, do Portal Congresso em Foco, revela que a circulação do vídeo ocorre após a morte de Genivaldo Santos por asfixia no porta-malas de um camburão dentro do qual foi lançada uma bomba de gás por policiais rodoviários federais. Esta monstruosidade aconteceu, na última quarta-feira (25), no município sergipano de Umbaúba.

Clique aqui e leia a matéria completa do Comgresso em Foco.

Instrutor se explica

À BBC News Brasil, Bandeira afirma que o vídeo é de 2016 e foi “descontextualizado, recortado”. “Era somente um exemplo fictício. Quero deixar isso bem claro. Em nenhum momento eu fiz isso na prática ou corroborei com isso na prática ou me omiti em relação a isso.”

Bandeira, que é da PRF há 11 anos e atua em Santa Catarina, diz que a situação narrada em sala de aula “era um exemplo sobre a lei 9455”, a lei que define os crimes de tortura. Ele não trabalha mais para o AlfaCon.

Ele afirma que era um exemplo “do que o aluno não deve fazer. Para talvez ficar mais elucidativo, para ficar mais claro, a gente utiliza de meios que fiquem mais claros para o aluno”.

“Até porque no final do vídeo eu deixo claro: ‘Gente, é uma brincadeira’. Eu nunca fiz isso e não corroboro com isso.”

Sobre as risadas e as piadas ao narrar uma situação de tortura, Bandeira alega que a ideia era fazer “uma aula descontraída. A gente tenta pegar exemplos elucidativos para o aluno tentar entender. Era uma turma cheia, uma turma presencial, [foi feito] para que a aula ficasse mais descontraída”.

Bandeira afirma que como integrante da PRF não pode comentar o caso ocorrido no interior sergipano, mas que “foi uma infeliz coincidência com o exemplo que eu dei em aula. Não me lembro por que o motivo da risada, o motivo da ironia, o motivo do sarcasmo, mas não é algo que eu corroboro.”

O policial rodoviário afirma que nunca presenciou situação de tortura em sua atuação no trabalho. “Até porque daria voz de prisão ao colega. Eu sou a favor da educação, que dignifique o mundo.”

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