Rodoviários da empresa Progresso paralisaram as atividades, nesta quinta-feira (2), em protesto pelo atraso dos salários e das férias. Segundo eles, a concessionária não deposita seus vencimentos há dois meses. As primeiras informações dão conta que cerca de 120 ônibus estão parados na porta da Progresso, prejudicando principalmente os passageiros que residem em São Cristóvão. No mês passado, os motoristas e cobradores da empresa Modelo também cruzaram os braços para protestar contra o atraso de salário.
Em fevereiro passado e pelo mesmo motivo, os trabalhadores das empresas Progressos, Tropical e Paraíso – pertencentes ao mesmo grupo – paralisaram as atividades, deixando milhares de passageiros sem transporte por mais de 24 horas. Na época, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) lamentou a grave crise de todo o sistema de transporte é de desequilíbrio econômico diante do acúmulo de débitos durante a pandemia.
Nota do Setransp sobre a greve
“Juntas as empresas paralisadas representam 126 ônibus e 42 linhas. As demais empresas prestadoras do transporte já redistribuíram suas frotas para assistir as linhas que foram afetadas com a paralisação. No entanto, o sistema irá operar com dificuldade durante a manhã de hoje.
Os funcionários questionaram atrasos nos salários, todavia o setor já vem lidando com sérios percalços para se restabelecer. “Algumas medidas recém anunciadas pela Prefeitura de Aracaju estão ajudando bastante a amenizar a situação que se agravou em especial na pandemia com acúmulos de débitos com fornecedores somado aos aumentos dos custos do serviço. Porém não resolve o drástico impacto do aumento de custos e queda de receita”.
A Prefeitura liberou R$ 4,8 milhões de aporte (cerca de 1/3 desse valor para cada grupo de empresas operadoras) de um montante de R$ 9 milhões, referente a antecipação de vale transporte e pagamento de parte das gratuidades, e o restante será repassado em parcelas já nos próximos meses.
“Contudo, essa medida, embora seja de grande valia, não resolve em totalidade o desequilíbrio econômico vivido pelo setor. É preciso que as autoridades públicas se somem a esse serviço que é essencial à população com outras providências, como por exemplo, a redução do ICMS do diesel que representa 18% do preço do combustível. Um insumo que no ano passado chegou a subir 80% e este ano já cresceu mais de 40%”.