As passagens aéreas devem ficar mais caras nos próximos dias, segundo previsão da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), representante das principais companhias do setor. Segundo a entidade, o novo reajuste no preço do querosene de aviação (QAV), em vigor há uma semana, vai impactar a população diretamente no valor pago pelos voos. O QAV é usado por helicópteros e aeronaves de grande porte.
Segundo a Abear, de 1º de janeiro a 1º de julho deste ano o QAV acumula alta de 70,6%. O cálculo da associação usa dados da estatal. De acordo com a organização, esses são valores à vista, sem considerar os tributos. A Petrobras realiza correção no preço do combustível todo início de mês. Em julho, o reajuste foi de 3,9% em 15 refinarias do país.
Além disso, a estatal ressaltou que acompanha as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, seja ela para cima ou para baixo. “As distribuidoras, por sua vez, transportam e comercializam o produto para as companhias aéreas e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores”, afirmou a petrolífera.
Reajuste é inevitável
Com a tendência de alta, o preço médio da tarifa aérea doméstica nesses quatro meses foi de R$ 580,41, chegando a R$ 659,20 em abril. O painel da Anac mostra ainda que, no mesmo mês de 2021, a tarifa estava em R$ 366,41. Para Marcus Reis, economista perito em aviação, é inevitável que as empresas repassem o aumento dos custos para os passageiros.
“Cerca de 40% do custo de uma passagem vem do combustível, então é natural que as empresas repassem o aumento do preço do querosene para os clientes. Seria complicado estimar o valor do aumento das tarifas, porque isso varia em cada estado e até entre os aeroportos. O certo é que as empresas já têm baixa margem de lucro, de 0,1% a 0,5%, então não seriam capazes de absorver essa alta sem repassar”, afirmou o economista.
Fonte: Portal da CNN Brasil