Por Adiberto de Souza *
Aos poucos, os políticos sergipanos inelegíveis vão saindo da campanha eleitoral deste ano. O presidente do União Brasil, André Moura, foi o último a bater em retirada, após perceber que a Justiça não autorizaria a candidatura dele a deputado federal. Antes do distinto, já ficou pelo caminho o deputado estadual João Marcelo (PT), condenado por irregularidades cometidas quando era prefeito de Nossa Senhora das Dores. Outros inelegíveis estão esperneando na Justiça para manter as candidaturas. Entre estes, destacam-se o candidato a governador Valmir de Francisquinho (PL), o filho dele Talysson (PL) e o sindicalista Valdevan Noventa (PL). O deputado federal Fábio Henrique (UB) também está se virando nos trinta para não ser barrado nesta disputa eleitoral. Bem mais dura contra os condenados à inelegibilidade, a Justiça Eleitoral promete ser firme ao julgar os registros das candidaturas destes suplicantes, o que significa dizer que muita gente tida como boa ainda vai ficar pelo caminho nesta disputa eleitoral. Quem viver, verá!
Contra o governo
O candidato a governador Fábio Mitidieri (PSD) fez uma crítica indireta ao aliado Belivaldo Chagas (PSD), atual gestor de Sergipe. Durante comício em Capela, o postulante pessedista prometeu reformar a maternidade do município, transformando-a num hospital regional. Em abril passado, o governo que apoia Mitidieri anunciou o fechamento da maternidade por considerar que o seu custo era muito alto. Ora, se o candidato jura que vai reformá-la para garantir seu funcionamento pleno, é porque faltou vontade política do aliado. Creindeuspai!
Falta a baleadeira
E o candidato a governador Valmir de Francisquinho (PL) anda se comparando a Davi, aquele israelita da Bíblia que derrotou Golias, o gigante filisteu, com uma pedrada arremessada com uma atiradeira. Condenado por abuso do poder econômico nas eleições de 2018, o político liberal aguarda o julgamento do pedido de impugnação da candidatura. Enquanto isso, Valmir tem dito que, tal qual Davi, ele também vencerá os poderosos que estão fazendo de tudo para tirá-lo da disputa. Resta saber se Francisquinho já comprou a baleadeira para atirar pedras contra os seus imaginários gigantes. Home vôte!
Só viu agora, foi?
Nada como uma campanha para aguçar a visão dos políticos e políticas em torno das potencialidades de Sergipe. Bom exemplo disso é a vice-governadora e candidata a deputada federal Eliane Aquino (PT). Quase quatro anos após ter sentado na segunda cadeira mais importante do Executivo, a fidalga anunciou agora que “o Baixo São Francisco tem um potencial turístico enorme. Precisamos ter um olhar especial e compromisso com o povo dessa região”. Por que será que o governo do qual Eliane faz parte não voltou os olhos para essa qualidade da região ribeirinha, e ela não protestou contra o descaso? Aff Maria!
JB no maior pique
Depois de ter chutado o pau da barraca governista por ter sido rifado como candidato ao Senado, o ex-governador Jackson Barreto (PMDB) botou os pés na estrada em defesa da eleição do presidenciável Lula da Silva (PT). Nessa caminhada, JB também apoia o ex-adversário e candidato a senador Valadares Filho (PSB), pede votos para o postulante ao governo Rogério Carvalho (PT) e apoia amigos de longas datas, como o deputado estadual Robson Viana (PT). Resta saber se o vetarano Jackson ainda preserva a capacidade de transferir votos como fazia no passado. Nada como as eleições de outubro para medir a força do distinto. Misericórdia!
Conversa com a polícia
A Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepol) promoverá um bate-papo com quatro candidatos a governador de Sergipe. Nesta segunda-feira, falarão aos policiais civis, Alessandro Vieira (PSDB) e Fábio Mitidieri (PSD), enquanto no dia 29 proferirão palestras Rogério Carvalho (PT) e Valmir de Francisquinho (PL). A conversa dos postulantes ao Executivo com os agentes de segurança visa permitir que os candidatos apresentem seus planos de governo, especialmente no que toca à segurança pública. A entidade de classe também ouvirá a candidata a senadora, delegada Danielle Garcia (Pode). Marminino!
Perdidos nas capoeiras
As línguas ferinas andam espalhando pelas esquinas de Sergipe que muitos candidatos a cargos eletivos não conhecem o estado. As danadas juram que alguns estão contratando guias para levá-los aos “currais de votos”, pois se forem sozinhos se perdem nas capoeiras. Outro mais endinheirados pagam pessoas para abraçá-los e aplaudi-los na hora das filmagens para o horário eleitoral no rádio e na TV. Os assessores desses políticos de última hora têm cortado um dobrado para subsidiá-los com informações sobre os municípios sergipanos. Desconjuro!
Está em casa
A deputada estadual Janier Mota (PSD) recebeu alta médica após três dias internada num hospital de Aracaju. A assessoria da ilustre não informou a causa da hospitalização, adiantando apenas que ela vai permanecer repousando em sua residência pelos próximos dias, visando se restabelecer totalmente da enfermidade. Em maio de 2021, a parlamentar pessedista foi infectada pela covid-19 e se tratou da doença no luxuoso Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, mesma unidade de saúde escolhida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania) para se curar do coronavírus. Janier Mota é candidata a 1ª suplente do postulante ao Senado Laércio Oliveira (PP). Ah, bom!
Campanha ameaçada
Enquanto a Justiça Eleitoral não julga o pedido de impugnação de sua candidatura a deputado estadual, o ex-prefeito de Ilha das Flores, Cristiano Cavalcante (UB), segue animadamente em campanha. Em comício na cidade de Capela, o ilustre recebeu o apoio do manda chuva do União Brasil em Sergipe, André Moura, político inelegível por cinco anos e condenado a oito anos de cadeia: “Eu quero dizer a Cristiano do orgulho que tenho de te chamar de irmão”, discursou Moura. O ex-prefeito ficou inelegível após ter sido condenado por abuso de poder econômico e uso irregular de recursos públicos. Cruz, credo!
Discurso de ex-governista
Governista há priscas eras, o agora candidato a governador da oposição, Rogério Carvalho (PT,) anda criticando o Executivo estadual pela falta de políticas públicas no campo. Segundo o suplicante, falta diálogo entre o poder público e os agricultores: “Vamos trazer os produtores pra dentro do governo e debater quais são os melhores caminhos para o desenvolvimento”, afirma o ex-aliado do governador Belivaldo Chagas (PSD). Nos discursos que tem feito por aí, Carvalho reconhece que Sergipe precisa de “agroindústrias em vários segmentos, da mandioca à laranja, e ampliar a criação de vários tipos de culturas, além de projetos de laticínios”. será que agora vai? Vixe!
Recorte de jornal
Publicado no jornal aracajuano A Notícia, em 10 de março de 1897.
* É editor do Portal Destaquenotícias
1 Comments
Todos sabemos que o modelo político do Brasil, e é deste que posso me referir, mantém bases sólidas no individualismo, no personailismo e o sujeito que asecende ao executivo seja em qual esfera, conduz o mandato, por um lado, conforme o jogo estabelecido pelo legislativo, muito afeito aos favores, as trocas e negociações por dentro ou por fora dos limites legais. E por outro lado, toca o governo sem qualquer compromisso assumido com o seu partido, primeiramente. E por conseguinte, sem compromisso com partidos aliados, com as companheiras e companheiros de chapa, a eemplo da sua ou do seu vice, com o seu senandor e deputado. Com estes, quando muito, confabula-se as estratégias políticas eleitorais, jamais o Plano de Governo.
Dessa forma, entendo que a cobrança que o honrado jornalista Ediberto Souza, faz a Vice- Governadora, e candidata a Deputada Federal, Eliane Aquino, bem como ao senador e candidato a Governador de Sergipe, Rogério Carvalho, ambos do PT, no que se refere, comporem originalmente o grupo que elegeu o atual governador Belivaldo Chagas e o fato deles estarem dirigindo críticas ao modelo de governar, ao plano de goberno atual que foi omisso ou inssuficiente em determanidas áreas, e tais cobranças postas como ilegítimas, entendo como fora da rota, sem conexão com este modelo político que nos guia a todos. Não estamos muito distante da realidade em que, por exemplo, o vice (vice-prefeito, vice-governador, vice-presidente) não passa de mera peça decorativa, sem qualquer função. Somente muito recente, tal prática vem se alterando e muito localizadas.