A pesquisa “De volta ao controle”, produzida pela Sociedade Brasileira de Urologia mostra que 59% dos homens com idade entre 40 e 69 anos já tiveram ou têm problema de disfunção erétil (DE), e que 12% dos integrantes dessa faixa etária convivem com a dificuldade de ereção de forma recorrente. Em 2021, levantamento do Datafolha para identificar os hábitos sexuais e de saúde sexual dos homens internautas brasileiros, com idade entre 18 e 70 anos, apontou que 38% dos entrevistados já passaram por algum episódio de DE nos últimos dois anos.
O percentual de casos sobe para 69% quando são levadas em consideração as seguintes ocorrências: dificuldade para controlar a ejaculação; ejaculação tardia ou insatisfatória; tem ou teve crises de ansiedade; tem ou teve ereções pouco rígidas ou insuficientes para penetração; teve dificuldade em manter a ereção até o fim da relação; e dificuldade para ter ereções.
“Disfunção Erétil é a impossibilidade, parcial ou total, de conseguir uma boa ereção para uma relação sexual satisfatória. Uma grande parcela da população masculina terá, em algum momento da vida, algum grau de DE, condição que pode ser transitória ou permanente, e que tem a idade como um dos fatores influentes para o surgimento do problema”, explica o médico Urologista Rodrigo Tonin, membro titular da Sociedade Brasileira e da Associação Americana de Urologia (SBU e AUA).
Vida saudável
Além do envelhecimento, que é um fator natural, Dr. Rodrigo Tonin explica que a DE é causada pela falta de um estilo de vida saudável, que inclui má alimentação, sedentarismo, ingestão de álcool e cigarro; pela obesidade; e pela existência de doenças crônicas descompensadas, como a hipertensão e o diabetes. Segundo ele, a questão cronológica, somente, não leva o homem a apresentar quadro de DE, porém, quando associada aos fatores de risco citados anteriormente, a função erétil é prejudicada.
“Entendamos o mecanismo de ereção como se fosse uma máquina. Para que o equipamento funcione perfeitamente é preciso que tudo esteja bem-cuidado. Para uma boa ereção, os nervos e vasos sanguíneos do pênis têm que estar íntegros, e para que essa integridade aconteça é necessário um corpo saudável”, frisa o urologista.
Sinal de alerta
Estudos indicam que a disfunção erétil pode ser considerada como um alerta precoce de doenças graves, a exemplo das cardiovasculares, pois homens com dificuldade de ereção estariam mais propensos a ataques cardíacos, AVC e problemas circulatórios nas pernas. Questões psicológicas também podem desencadear a DE, por isso, para fechar um correto diagnóstico é preciso buscar a ajuda de um médico urologista.
“O fator psicológico afeta muito. Um jovem de 20 anos, sem doença orgânica e com queixa de disfunção erétil precisa ter a causa psicológica investigada. No momento auge da pandemia, por exemplo, foi grande a quantidade de jovens e adultos jovens com queixa de disfunção, e claramente ela tinha origem psicogênica”, comenta Dr. Rodrigo Tonin. Ele cita a ansiedade como um exemplo clássico de fator psicológico que gera situações de disfunção erétil, pois ela faz com que o corpo libere adrenalina, que é antagônica à ereção.
Tratamento da DE
Após a confirmação do diagnóstico, feita por um médico urologista, o tratamento inclui a mudança dos hábitos de vida inadequados e que são fatores de risco para a doença (sedentarismo, uso de álcool e cigarro, entre outros), controle das doenças crônicas existentes e, se necessário, uso de medicamento ou reposição hormonal indicados pelo profissional médico.
“É importante haver submissão do caso a uma avaliação médica, e que a ingestão de medicamento por conta própria seja evitada, principalmente para uso recreativo, como muitos jovens estão fazendo. Isso pode desencadear dependência psicológica do medicamento para que o indivíduo tenha ereção, ou seja, o corpo não precisa de nada para uma relação sexual satisfatória, mas a mente diz o contrário”, alerta Dr. Rodrigo Tonin.