Contestando outros estudos que relacionam o álcool a uma piora em quadros neurológicos de saúde, uma nova pesquisa de especialistas de várias nacionalidades mostra que beber até duas cervejas por dia pode diminuir o risco de ter demência. Além disso, apesar dos resultados, os especialistas ressaltam que não aconselham quem não bebe a beber mas que é um passo interessante de estudo.
Os pesquisadores utilizaram dados coletados de 15 estudos epidemiológicos e analisaram quase 25 mil pacientes que não tinham histórico de demência. A pesquisa foi publicada na revista científica Addiction em agosto. O interessante do levantamento é que aqueles pacientes que bebiam quantidades de álcool moderadas apresentaram 38% menos chance de ter demência do que aqueles que não bebem bebidas alcóolicas.
Observando dados de quase 10 mil pessoas, os pesquisadores perceberam que beber até 14 latas de cerveja ou taças de vinho por semana, em média duas por dia, garantiu uma incidência 47% menor de demência contra aqueles que não bebiam álcool. No entanto, os pesquisadores fazem um alerta: beber mais do que 14 unidades garantiu o efeito reverso e os pacientes tiveram um risco de 17% maior de ter demência.
“Enquanto outros estudos demonstraram que o uso pesado de álcool e os transtornos por uso de álcool estão fortemente associados a doenças neurocognitivas e são alvos-chave para a prevenção, o estudo atual questiona se a redução do uso de álcool do que o uso pesado em idosos com mais de 60 anos é uma estratégia de prevenção eficaz para demência do ponto de vista populacional ou de saúde pública”, concluem os pesquisadores no texto.